22/08/2023
Cotidiano

Mulheres assumem condomínio e melhoram qualidade de vida de moradores

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Após gestões tumultuadas,  a nova diretoria do condomínio do programa minha Casa Minha Vida localizado no Bairro Conradinho em Guarapuava, procura unir os moradores e conquistar benefícios coletivos. Duas mulheres estão à frente dessa organização. Criado há dois anos, o condomínio possui 12 blocos com 192 moradores.

Já no início os problemas começaram a surgir com a má gestão do síndico. De acordo com a presidente do Conselho Fiscal, Cleonice Aparecida Alves, de repente, o poder aquisitivo do síndico cresceu e houve a solicitação para uma apresentação de contas. “Adelson dos Santos saiu para buscar um extrato numa agência bancária, fez um saque e nunca mais apareceu”. De acordo com Cleonice, os moradores registraram a ocorrência na polícia e, segundo ela, existe um mandado de prisão contra o ex-síndico.  O substituto de Adelson também deixou rastros. Uma dívida de R$ 2 mil e o corte no abastecimento de gás pela empresa fornecedora.

Cansadas de sofrerem e de ver que os demais mutuários também estavam descontentes, duas mulheres tomam a frente da organização. Silvana Soares foi eleita como a nova síndica e Cleonice assumiu a presidência do Conselho Fiscal. “Fizemos isso com a raça e com a coragem para melhorar as condições da casa onde moramos”, diz Cleonice.

O primeiro passo foi colocar as finanças em ordem, negociando dívidas, já quitadas atualmente.

Para colocar “ordem na casa” elas estão fazendo o regimento Interno do condomínio ser cumprido à risca. E aí surgem novos problemas. “Começaram a surgir denúncias contra a gente, de que maltratamos crianças e idosos, mas como somos atendidos por profissionais do Cras [Centro de Referência em Assistência Social], houve uma fiscalização  e nada foi comprovado”.

De acordo com Cleonice, o livre acesso de crianças no pátio fez surgirem riscos em veículos, espaços danificados. “A gente não permite isso sem ter um adulto junto e muitos pais não gostaram. O nosso problema é que são intrigas da oposição”.

No pouco tempo em que estão administrando o condomínio, um consenso junto aos moradores já possibilitou a colocação de cerâmicas nos corredores e equipamentos de jardinagem já foram adquiridos. “Estamos buscando recursos junto ao Ministério das Cidades e já conseguimos mais cerâmicas, mas a nossa reivindicação maior agora está sendo a construção de um Centro Comunitário”. 

Cristina Esteche

Jornalista

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