22/08/2023
Geral

Entressafra de cana pressiona preço da gasolina e do etanol, diz federação

A entressafra de cana-de-açúcar tem pressionado o preço do etanol e da gasolina em todo o país, e especialmente na Região Sudeste. Segundo o acompanhamento de preços feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina subiu 0,77% no preço médio ao consumidor em todo o país desde meados de fevereiro, e o etanol ficou 3,94% mais caro. No Sudeste, a alta gasolina foi 1,16% e a do etanol chegou a 4,87%.

 

Desde o ano passado, 25% da gasolina é composta por álcool anidro, que tem preço parecido com o do etanol. O presidente da federação acredita que o preço esteja subindo mais no Sudoeste por questões climáticas, já que o estado de São Paulo, que produz 70% do etanol do país, tem sido um dos mais afetados pela estiagem. “Em Mato Grosso do Sul, em Mato Grosso e em Pernambuco, por exemplo, se tem outras usinas, que estão em condições diferentes. E em São Paulo, com o desconto do ICMS, o álcool era mais competitivo e tinha maior demanda. Já no Nordeste, o álcool já não estava compensando há um tempo, e a procura pressiona menos”.

 

As demais regiões do país tiveram aumentos menores para a gasolina e o etanol de 16 de fevereiro a 15 de março. No Centro-Oeste, o preço médio ao consumidor subiu 0,48% para a gasolina e 1,97% para o etanol; no Norte, as altas foram 0,32% e 1,52% no Nordeste, de 0,3% e 0,6%; e no Sul, de 0,43% e 3,49%.

 

A União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) informa que ainda não é possível saber se a falta de chuvas esteja impactando o preço do etanol. “O etanol comercializado hoje foi produzido há meses atrás, quando a safra estava ainda em andamento e, portanto, não há impacto imediato da seca nos preços do etanol. O impacto futuro da longa estiagem deste verão será conhecido apenas quando as perdas causadas pela seca forem devidamente avaliadas”, diz nota da organização.

 

A Unica informa também que os estoques de etanol no início de fevereiro eram 10% maiores que os do mesmo período do ano passado, o que se deve a uma safra 11% maior que a do ano anterior. A organização atribui a pressão nos preço à demanda aquecida, que por sua vez, seria uma consequência da maior oferta de etanol no mercado.

 

 

Fonte: Agência Brasil

 

Cristina Esteche

Jornalista

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