Facadas que retalham o corpo, principalmente, o rosto e o ventre. Braços queimados, em carne viva. Cortes na cabeça. Mulher, cujo companheiro, tentou quebras os braços e as pernas. Imagens que mostram essas atrocidades cometidas contra a mulher foram expostas pela secretária municipal de Políticas Públicas Para Mulheres, Eva Schran, que também é vice prefeita de Guarapuava, durante a abertura do seminário “Mobilização Pelos Direitos da Mulher que está acontecendo em Guarapuava desde ontem, quinta (20).
De acordo com Eva Schran, organizadora do seminário em Guarapuava, casos como o que foram mostrados são atendidos diariamente na Secretaria da Mulher. “O que estamos fazendo para mudar essa situação? Onde estão esses agressores? Será que fomos e continuamos sendo omissos”?
Os boletins de ocorrências divulgados diariamente pelas policias civil e militar mostram que mulheres continuam sendo agredidas em Guarapuava e região. Porém, num primeiro olhar, mesmo que o registro contenha que a lesão é grave, não reproduz a realidade das agressões que essas vítimas estão sofrendo.
“Sem o envolvimento da sociedade, não haverá a eliminação da violência contra a mulher. É preciso promover a mudança de comportamento e cultura, provocando uma mudança de atitude”, diz a assessora da Secretaria Especial de Políticas Públicas Para Mulheres, da Presidência da República, Luana Grillo da Silva.
De acordo com Luana, desde 2013, ano considerado marco nas políticas de enfrentamento à violência contra as mulheres, a Presidente Dilma Rousseff, assumiu esse desafio no País. “As políticas existentes passaram a funcionar num único programa – Mulher, Viver sem Violência – e se fortalecem com a inclusão de novas ações”.
O programa articula os governos federal, estaduais e municipais, sistema de Justiça, saúde e segurança pública propondo uma “porta de saída” do ciclo de violência, por meio de orientação profissional. O programa possui investimentos de R$ 305 milhões.
Recursos federais chegam também a Guarapuava. De acordo com o prefeito Cesar Silvestri Filho, projetos aprovados estão possibilitando o aparelhamento estrutural da Secretaria da Mulher, além da implantação de uma Casa Abrigo.
O trabalho que vem acontecendo e que envolve uma rede de enfrentamento visa reduzir os índices de violência contra a mulher que em Guarapuava possui índices altos.
Para se ter uma ideia da gravidade da situação nessa área entre os municípios brasileiros com mais de 26 mil mulheres Guarapuava está na 91ª.colocação. No Paraná está em 11º. lugar. No Mapa da Violência traçado pelo Ministério da Justiça foram destacados os municípios que possuem taxas acima de 8 homicídios para cada 100 mil mulheres, praticamente o dobro da média nacional. Guarapuava supera essa média com 8,2.
“Nenhum município se orgulharia de anunciar os altos índices, mas não se resolve um problema sem reconhecer a sua existência. Guarapuava não pode mais conviver com números tão alarmantes”, assegura o prefeito.