A Secretaria da Mulher em Guarapuava comemora um ano neste mês e acumula conquistas. A principal delas é a superação da violência por parte de mulheres e que hoje são exemplos para a sociedade.
Quem fica, mesmo que seja poucos minutos, na Secretaria, se depara com a triste realidade que envolve mulheres de Guarapuava, que infelizmente não é exceção numa realidade nacional.
Tomo a liberdade para relatar um caso que presenciei em menos de 10 minutos numa tarde que passei por lá. Uma senhora chegou e foi desabafando que naquele dia completava 17 anos de “inferno”. O marido era alcoólatra e violento. “Hoje olhei para meus dois filhos adolescentes – uma casal – e vi que não era essa a vida que desejei a eles. E se o meu filho seguir esse exemplo do pai? E a minha filha?”questionava a mulher, num monólogo sem parar como se tivesse sido movida por uma coragem momentânea. “Me ajudem”, clamou a vítima.
Fico imaginando quantas mulheres sofrem violência doméstica e não denunciam. E há incontáveis razões para isso. A Secretaria da Mulher é um canal, uma válvula de escape para esses casos. Soa até como a “tábua de salvação”, mas fica com as “mãos atadas” em muitas ocorrências pela falta de aparelhamento na Delegacia da Mulher que hoje possui apenas o nome. Estrutura adequada, nenhuma.
Por isso, méritos mil à equipe da Secretaria da Mulher, à doação e ao comprometimento da secretária Eva Schran, uma ativista de berço. Esse ânimo, essa preocupação que muitas vezes ultrapassa o racional e vaza para o emocional, numa mistura saudável em prol dessas vítimas, contagia a equipe. Méritos também à sensibilidade política do prefeito Cesar Silvestri Filho em criar a secretaria. Quem ganha com tudo isso é a sociedade guarapuavana.