Desde a última sexta (11) a Rede – Companhia Força e Luz do Oeste, concessionária de energia elétrica em Guarapuava pertence à Energia. A empresa assumiu o controle acionário e a gestão das oito distribuidoras de energia elétrica do Grupo Rede, que estavam sob intervenção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) desde setembro de 2012.
O prazo final para a transferência das concessões terminaria nesta terça. Caso o processo não fosse concluído, as distribuidoras poderiam ser estatizadas.
Na transação a Energisa pagou o valor simbólico de R$ 1 pelas ações das companhias, então pertencentes ao empresário paulista Jorge Queiroz. Em troca, o grupo mineiro assume dívidas de R$ 7 bilhões, se somados passivos com aquisição de energia, encargos, impostos, fornecedores e bancos. De acordo com o Valor Online, porém, uma fonte ligada ao grupo calcula que as dívidas chegam a R$ 12 bilhões.
As distribuidoras do Rede ficam em Guarapuava, além dos estados de Mato Grosso (Cemat), Mato Grosso do Sul (Enersul), Tocantins (Celtins), São Paulo (Caiuá, Nacional e Vale Paranaparema), Minas Gerais (Bragantina).
Esse é o negócio mais ousado firmado pela família Botelho, que tem a seu lado dois sócios financeiros de peso na empreitada: Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, e o empresário mineiro Antonio José de Almeida Carneiro, conhecido pelo apelido de Bode, ex-sócio do Banco Multiplic.
A Força e Luz do Oeste será administrada pelo executivo Carlos Temke (Rede Sul- Sudeste, formada pelas empresas em SP, PR e MG).
DÍVIDAS
O Grupo Rede foi protagonista do maior calote no setor elétrico e de uma das maiores recuperações judiciais do país. Para quitar os débitos, a companhia terá que desembolsar R$ 1,95 milhões e ainda terá que fazer um aporte de R$ 1,2 nas distribuidoras. Para isso, na segunda, a empresa começa a assinar cheques no valor total de R$ 500 milhões somente para quitar compromissos com credores que exigiram o pagamento à vista.
Com a aquisição, entretanto, a receita líquida anual da Energisa salta de R$ 2,9 bilhões para R$ 8,4 bilhões, colocando-a em sexto no ranking do setor de distribuição e na sétima posição entre as maiores elétricas do Brasil.
Fonte: Valor Online