Ruas do Tancredo Neves pedem socorro

Guarapuava – Muitos veículos do bairro Tancredo Neves se tornaram porta-vozes da principal reivindicação dos moradores e estampam nos vidros a frase “Queremos asfalto de qualidade, chega de buracos”.
De acordo com Erivelton Stocco, da Associação de Moradores, a situação requer urgência. “Precisamos fazer alguma coisa no sentido de protestar, pois não adianta criar uma comitiva e ir até a prefeitura, isso é muito demorado. Então arrumamos um meio de protestar e, usando tinta, pintamos os carros porque só tapar os buracos não resolve o problema”, conta.
Uma das ruas mais caóticas é a Cândido Xavier, em frente à Escola Municipal Professor Francisco Contini, que dá acesso à estrada do Pinhão. É impossível contar os buracos nesse prolongamento e os automóveis, na tentativa de desviar as crateras, acabam invadindo o espaço destinado aos pedestres, inclusive em frente à escola.
“Os carros dividem espaço com as pessoas, o que é muito perigoso. Eu tenho um comércio na rua e muitos, se puderem, nem passam por aqui por causa desta situação, o que prejudica bastante”, observa Pedro Afonso Dziurun. “Estamos precisando de melhorias, pois estamos abandonados e só recebemos um antipó, e não asfalto de verdade”, completa Maria de Oliveira.
Mas não são apenas os motoristas que sofrem com a situação. Os pedestres não podem se distrair, caso contrário o destino são os buracos. “É horrível de a pé, de carro, de bicicleta, de qualquer jeito. Muitos professores estão preferindo deixar os veículos em ca-sa e ir trabalhar de ônibus ou ca-minhando”, res-salta Rita Holzer, funcionária da instituição mu-nicipal de ensino.
Para ela, outro problema relacio-nado ao asfalto, ou à falta dele, é que as crianças da escola sofrem com a falta de segurança quando têm seu espaço dividido com os carros. “Os carros estão passando entre o poste e as grades da escola, colocando os alunos e professores em risco”, fala Rita.
Pré-eleição
No ano passado a prefeitura municipal jogou pedras em várias ruas do bairro (e da cidade), anunciando o tão sonhado asfalto para dezenas de moradores. As obras nunca saíram da primeira fase, ou melhor, regrediram, já que se a administração municipal ainda optar pelo asfalto nesses locais terá que refazer a primeira camada jogando novamente as pedras no chão. Para os moradores, não resta dúvida de que não passou de uma medida eleitoreira e enganosa.
“Ano passado, pouco antes das eleições, jogaram pedras e prometeram o asfalto, mas nunca mais apareceram”, lembra Ana Alzira. Já Maria Aparecida Silva nem pedras chegou a ver. Na rua onde mora, ainda de terra, o barro tomou conta nesses dias chuvosos, formando valetas espantosas. “Tem dias que não dá nem para sair de casa”, revela.
É quando se visita locais como esses que se percebe a que o slogan tão utilizado pela prefeitura de Guarapuava em campanhas eleitorais faz mesmo sentido: asfalto é qualidade de vida.
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