A um mês da Copa do Mundo vivo em um conflito. Por um lado sinto-me preocupado, revoltado e obrigado a discordar dos abusos e absurdos que a Copa e toda sua parafernália padrão Fifa trazem a população brasileira. Por outro lado, a cada dia em que a Copa se aproxima mais me sinto entusiasmado com os jogos e as seleções que estarão presentes.
Percebi que não sou apenas eu que vivo ou vivi esse sentimento. Observando a história da seleção brasileira durante as Copas do Mundo me defrontei com situações como essa em diversas oportunidades, onde o povo descontente ameaçava torcer contra um dos seus maiores patrimônios, a Seleção Brasileira, para criticar os governantes.
Coisas assim aconteceram durante as Copas de 70 e 74, mas como os próprios torcedores da época disseram, durou somente até os primeiros lances da partida da estréia da seleção.
Da mesma forma que o povo usa, ou tenta usar, a seleção para demonstrar seu descontentamento, os governantes utilizam as conquistas da Seleção para legitimar seus atos, ou simplesmente desviar o foco.
Desta forma a Seleção Brasileira age uma gangorra usada ora por quem manda ora por quem é mandado. Da mesma forma vivo eu, ora balançando para o lado dos críticos da Copa, ora nadando contra a corrente e aprovando a Copa no Brasil.
Seria possível ao mesmo eu torcer a favor do Brasil e contra alguns brasileiros? Poderia eu torcer pelo sucesso da seleção e da Copa e ao mesmo tempo criticá-la? Me tornaria eu patriótico por não torcer para o Brasil ou por torcer a favor dele?