O ministro dos Transportes, César Borges, recebeu nessa quinta feira (29) uma pauta de reivindicações do Governo do Paraná e do setor produtivo paranaense para modernização da infraestrutura estadual. São cerca de R$ 5 bilhões em obras. A reunião aconteceu na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba.
O documento, formulado pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística e pelo grupo G7 – que reúne lideranças empresariais do setor produtivo estadual – aponta uma série de melhorias nas áreas rodoviária e ferroviária, cujos pedidos foram feitos desde 2011 e ainda não foram atendidos.
“São obras de ampliação da capacidade e de construção de rodovias federais, que são interrompidas no Paraná e, portanto, atrapalham o escoamento da produção paranaense, aumentando o custo de transporte e prejudicando o acesso a serviços públicos, como saúde, educação e segurança”, disse o secretário de Infraestrutura, José Richa Filho.
"As reivindicações que o setor produtivo encaminhou ao ministro são urgentes e necessárias para a melhoria da produtividade do Estado", disse o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. Segundo o empresário Valmor Weiss, membro do conselho de infraestrutura da Fiep e representante do G7, “é preciso que o Governo Federal trate com prioridade os investimentos em ferrovias sem, entretanto, se descuidar das rodovias.
O ministro dos Transportes, César Borges, disse que o governo federal já tem algumas licitações em andamento que podem atender parcialmente os pedidos dos paranaenses. No entanto, ele ressaltou que nem todas as solicitações poderão ser atendidas a curto prazo. A senadora Gleisi Hoffmann também participou do encontro.
O caderno de reivindicações aponta a necessidades de investimentos federais para a construção de corredores rodoviários que cruzariam o Estado, melhorando as interligações do Paraná com os estados vizinhos. No levantamento feito em parceria com o G7, são indicadas como prioritárias as BR-153, BR-158, BR-163, BR-272 e BR-487. Todas estas rodovias estão interrompidas no Paraná e algumas são em saibro, trechos que precisam ser pavimentados e duplicados.
O levantamento destaca também a necessidade de eliminar gargalos rodoviários que existem perto de regiões urbanizadas. Um dos casos é a conclusão do Contorno Norte de Curitiba, além da construção dos contornos de Ponta Grossa e Cascavel e a duplicação entre a Lapa e São Mateus do Sul.
O estudo indica também a execução de obras urgentes nos acessos ao Porto de Paranaguá, como novo acesso à BR-277, e a implantação da BR-101, cujos estudos já estão sendo elaborados pelo governo estadual.
FERROVIAS
Outro pedido dos paranaenses é na área ferroviária, em que a intenção é ampliar a malha. O principal trecho solicitado pelo Estado é a ligação entre Maracajú, no Mato Grosso do Sul, e o Porto de Paranaguá, com ramal para Pontal do Paraná. Este projeto, uma conquista da mobilização dos empresários paranaenses e do governo estadual, foi anunciado em 2012, mas ainda não tem data para ser implementado.
O ministro César Borges admitiu que o projeto do trem paranaense não está nas prioridades do governo federal, que elencou outras obras no Brasil. Segundo ele, há dificuldades de executar projetos e, também, a nova linha ferroviária em função da Serra Mar.
Dentro do pacote de obras, os paranaenses querem também a construção do contorno ferroviário de Curitiba, para tirar as composições da área urbana da Capital, a implantação da ferrovia Norte-Sul e também a modernização das atuais linhas ferroviárias do Paraná.
Confira a lista de solicitações do Governo do Paraná e do G7 ao Governo Federal:
RODOVIAS
• Contorno Norte de Curitiba – fará a integração da capital paranaense com os portos.
Trecho estadual (PR-418), com extensão de 21,89 quilômetros (1,33 quilômetro de pista dupla).
A proposta é federalizar a PR-418 para que seja adequada, virando a nova BR-476.
Trecho concedido pela OHL, com extensão de 12 quilômetros. Previsão de construção e duplicação no ano 8 (2016). A proposta é antecipar a obra concedida.
• Ligação Norte-Sul / BR-163.
Duplicação de Cascavel a Capitão Leônidas Marques, com extensão de 60 quilômetros. Adequação e melhorias na divisa Paraná/Santa Catarina, com extensão 124 quilômetros.
Marechal Cândido Rondon a Guaíra, com extensão de 63,3 quilômetros (obra em andamento). De Toledo a Marechal Cândido Rondon, com extensão de 44 quilômetros. (PAC 2).
• Ligação Norte-Sul BR-153 (Transbrasiliana).
Construção de Alto do Amparo a Imbituva, com extensão de 50,5 quilômetros (PAC 2), e construção em Paulo Frontin (BR 476), extensão de 18,6 quilômetros.
Adequação e melhorias entre União da Vitória e a divisa com Paraná/Santa Catarina, com extensão de 74,3 quilômetros (obra em andamento). E de Imbituva a Paulo Frontin, extensão de 106 quilômetros.
• Ligação Norte-Sul BR-158.
Construção entre Campo Mourão e Palmital, com extensão de 124 quilômetros (obra a iniciar).
Adequação e melhorias entre Palmital e Laranjeiras do Sul, extensão de 69,7 quilômetros.
• Integração Mato Grosso do Sul (BR-487 – Estrada da Boiadeira).
Implantação de Porto Camargo a Cruzeiro do Oeste, extensão 82,4 quilômetros.
Construção entre Campo Mourão a Cruzeiro do Oeste, extensão de 38 quilômetros.
• Integração região Sul/Santa Catarina BR-476.
Duplicação entre Lapa e São Mateus do Sul, extensão de 82 quilômetros.
• Integração Mato Grosso do Sul BR-272.
Implantação de Iporã a Goioerê, extensão de 73 quilômetros.
• Integração Capital/Portos.
Construção do Corredor Sul BR-101, com extensão de 159 quilômetros.
Contorno Norte de Ponta Grossa (44,5 quilômetros, desde o Trevo Caetano até a BR-376. Como se ligasse a BR-376 à própria BR-376).
– Contorno Norte de Cascavel (25 quilômetros)
FERROVIAS
• Acessibilidade ao Porto de Paranaguá.
Novo Ramal, entre Guarapuava e o Litoral do Paraná, com extensão de 427,7 quilômetros.
Contorno ferroviário Região Metropolitana de Curitiba, com extensão de 57 quilômetros.
• Ferroeste / Integração Mato Grosso do Sul.
Cascavel a Guaíra, com extensão de 167 quilômetros.
• Ferrovia Norte-Sul.
Entre São Paulo, Cascavel e Chapecó.