22/08/2023


Geral

Paraná reivindica investimentos de R$ 5 bilhões do governo federal

O ministro dos Transportes, César Borges, recebeu nessa quinta feira (29) uma pauta de reivindicações do Governo do Paraná e do setor produtivo paranaense para modernização da infraestrutura estadual. São cerca de R$ 5 bilhões em obras. A reunião aconteceu na Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em Curitiba. 

O documento, formulado pela Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística e pelo grupo G7 – que reúne lideranças empresariais do setor produtivo estadual – aponta uma série de melhorias nas áreas rodoviária e ferroviária, cujos pedidos foram feitos desde 2011 e ainda não foram atendidos. 

“São obras de ampliação da capacidade e de construção de rodovias federais, que são interrompidas no Paraná e, portanto, atrapalham o escoamento da produção paranaense, aumentando o custo de transporte e prejudicando o acesso a serviços públicos, como saúde, educação e segurança”, disse o secretário de Infraestrutura, José Richa Filho. 

"As reivindicações que o setor produtivo encaminhou ao ministro são urgentes e necessárias para a melhoria da produtividade do Estado", disse o presidente da Fiep, Edson Campagnolo. Segundo o empresário Valmor Weiss, membro do conselho de infraestrutura da Fiep e representante do G7, “é preciso que o Governo Federal trate com prioridade os investimentos em ferrovias sem, entretanto, se descuidar das rodovias. 

O ministro dos Transportes, César Borges, disse que o governo federal já tem algumas licitações em andamento que podem atender parcialmente os pedidos dos paranaenses. No entanto, ele ressaltou que nem todas as solicitações poderão ser atendidas a curto prazo. A senadora Gleisi Hoffmann também participou do encontro. 

O caderno de reivindicações aponta a necessidades de investimentos federais para a construção de corredores rodoviários que cruzariam o Estado, melhorando as interligações do Paraná com os estados vizinhos. No levantamento feito em parceria com o G7, são indicadas como prioritárias as BR-153, BR-158, BR-163, BR-272 e BR-487. Todas estas rodovias estão interrompidas no Paraná e algumas são em saibro, trechos que precisam ser pavimentados e duplicados. 

O levantamento destaca também a necessidade de eliminar gargalos rodoviários que existem perto de regiões urbanizadas. Um dos casos é a conclusão do Contorno Norte de Curitiba, além da construção dos contornos de Ponta Grossa e Cascavel e a duplicação entre a Lapa e São Mateus do Sul. 

O estudo indica também a execução de obras urgentes nos acessos ao Porto de Paranaguá, como novo acesso à BR-277, e a implantação da BR-101, cujos estudos já estão sendo elaborados pelo governo estadual. 

FERROVIAS

 Outro pedido dos paranaenses é na área ferroviária, em que a intenção é ampliar a malha. O principal trecho solicitado pelo Estado é a ligação entre Maracajú, no Mato Grosso do Sul, e o Porto de Paranaguá, com ramal para Pontal do Paraná. Este projeto, uma conquista da mobilização dos empresários paranaenses e do governo estadual, foi anunciado em 2012, mas ainda não tem data para ser implementado. 

O ministro César Borges admitiu que o projeto do trem paranaense não está nas prioridades do governo federal, que elencou outras obras no Brasil. Segundo ele, há dificuldades de executar projetos e, também, a nova linha ferroviária em função da Serra Mar. 

Dentro do pacote de obras, os paranaenses querem também a construção do contorno ferroviário de Curitiba, para tirar as composições da área urbana da Capital, a implantação da ferrovia Norte-Sul e também a modernização das atuais linhas ferroviárias do Paraná.  

Confira a lista de solicitações do Governo do Paraná e do G7 ao Governo Federal: 

RODOVIAS 

• Contorno Norte de Curitiba – fará a integração da capital paranaense com os portos. 

Trecho estadual (PR-418), com extensão de 21,89 quilômetros (1,33 quilômetro de pista dupla).

A proposta é federalizar a PR-418 para que seja adequada, virando a nova BR-476. 

Trecho concedido pela OHL, com extensão de 12 quilômetros. Previsão de construção e duplicação no ano 8 (2016). A proposta é antecipar a obra concedida. 

• Ligação Norte-Sul / BR-163. 

Duplicação de Cascavel a Capitão Leônidas Marques, com extensão de 60 quilômetros. Adequação e melhorias na divisa Paraná/Santa Catarina, com extensão 124 quilômetros. 

Marechal Cândido Rondon a Guaíra, com extensão de 63,3 quilômetros (obra em andamento). De Toledo a Marechal Cândido Rondon, com extensão de 44 quilômetros. (PAC 2). 

• Ligação Norte-Sul BR-153 (Transbrasiliana). 

Construção de Alto do Amparo a Imbituva, com extensão de 50,5 quilômetros (PAC 2), e construção em Paulo Frontin (BR 476), extensão de 18,6 quilômetros. 

Adequação e melhorias entre União da Vitória e a divisa com Paraná/Santa Catarina, com extensão de 74,3 quilômetros (obra em andamento). E de Imbituva a Paulo Frontin, extensão de 106 quilômetros. 

• Ligação Norte-Sul BR-158. 

Construção entre Campo Mourão e Palmital, com extensão de 124 quilômetros (obra a iniciar). 

Adequação e melhorias entre Palmital e Laranjeiras do Sul, extensão de 69,7 quilômetros. 

• Integração Mato Grosso do Sul (BR-487 – Estrada da Boiadeira). 

Implantação de Porto Camargo a Cruzeiro do Oeste, extensão 82,4 quilômetros. 

Construção entre Campo Mourão a Cruzeiro do Oeste, extensão de 38 quilômetros. 

• Integração região Sul/Santa Catarina BR-476. 

Duplicação entre Lapa e São Mateus do Sul, extensão de 82 quilômetros. 

• Integração Mato Grosso do Sul BR-272. 

Implantação de Iporã a Goioerê, extensão de 73 quilômetros. 

• Integração Capital/Portos. 

Construção do Corredor Sul BR-101, com extensão de 159 quilômetros. 

Contorno Norte de Ponta Grossa (44,5 quilômetros, desde o Trevo Caetano até a BR-376. Como se ligasse a BR-376 à própria BR-376). 

– Contorno Norte de Cascavel (25 quilômetros) 

FERROVIAS 

• Acessibilidade ao Porto de Paranaguá. 

Novo Ramal, entre Guarapuava e o Litoral do Paraná, com extensão de 427,7 quilômetros. 

Contorno ferroviário Região Metropolitana de Curitiba, com extensão de 57 quilômetros. 

• Ferroeste / Integração Mato Grosso do Sul. 

Cascavel a Guaíra, com extensão de 167 quilômetros. 

• Ferrovia Norte-Sul. 

Entre São Paulo, Cascavel e Chapecó. 

Cristina Esteche

Jornalista

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