A justificativa dada pelo vereador Valdomiro Batista, o Jabur, para o retorno das férias de julho na Câmara Municipal de Guarapuava, beira o ridículo. Ele ocupou espaço concedido pelo repórter Tonico de Oliveira na Cultura AM, na manhã desta sexta (06), para tentar justificar o injustificável ao comentar a revogação do projeto de resolução que extinguiu o recesso julino.
De acordo com Jabur, os vereadores precisam desse tempo – de 30 dias – para visitar eleitores, “olhar nos olhos” e ver as demandas dos bairros da cidade. Antes, porém, comentou que os vereadores ficam todos os dias nos seus gabinetes e tem pouco tempo para visitas. A prática, porém, mostra outra realidade. São raras as vezes em que se encontra vereadores nos gabinetes durante o dia. De acordo com assessores, quando se procura vereador, estes se encontram nos bairros vistoriando obras. Há raras exceções.
Mas o que chama a atenção na tentativa de Jabur, é que o recesso é somente para as sessões que acontecem duas vezes por semana e no período noturno. Nesses dias, segunda e terça, a partir das 19h00 é que os vereadores sairão visitar obras e eleitores? Será mesmo essa a função de quem foi escolhido nas urnas para legislar? E as férias de dezembro a 31 de janeiro servem para se fazer o que, seguindo o raciocínio de Jabur?
O que se percebe na Câmara é que muitas vezes é melhor que o silêncio substitua as palavras ditas “representantes do povo”, ou melhor, por aqueles que são “os olhos do prefeito”, já que foi assim que Jabur denominou os vereadores.