22/08/2023
Cotidiano

Casas mal construídas colocam vida de moradores em risco

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Texto e fotos por Lizi Dalenogari

A tarde deste sábado (07) foi mais um dia de terror e medo para a moradora do bairro Morro Alto Claudiane Gaioski, mãe de um bebê de 2 anos e um garoto de 8 anos. Ela teve que recorrer a ajuda de vizinhos ao constatar que o muro de fundo da sua casa jorrava água e invadia sua residência. Móveis foram levantados, e  em meio a inúmeras goteiras e janelas tortas que não fecham devido a problemas estruturais bizarros de construção, vai passar uma noite em claro já que as previsões apontam chuvas constantes até a tarde deste domingo (08) em Guarapuava. “Como que posso dormir tranquila, pior, como um construtor dorme tranquilo sabendo que construiu casas onde famílias vivem e correm risco de serem soterradas cada vez que as chuvas fortes chegam?”, desabafa.

O marido, João Regenilson Mendes foi chamado às pressas no trabalho. Chegou para ajudar a esposa a acalmar as crianças e puxar a água que invadia todos os cômodos da casa. “Toda vez que chove constante e forte é a mesma luta. Antes mesmo de mudarmos fotografamos a casa imundada e o construtor nos garantiu que o problema estava sanado. No dia que o fiscal da Caixa apareceu para vistoriar fez minha esposa secar a parede com secador. Tudo errado e de má fé. Agora tentamos contactá-lo toda vez que passamos por este constragimento, e nada”.

Compartilhando da mesma angústia está o vizinho Sílvio César Bini, pai de 3 filhos pequenos que também adquiriu a casa pelo Caixa Econômica Federal pelo plano Minha Casa Minha Vida. “Não sabemos o que fazer. Temos receio que a casa caia em cima de nós e tememos pela vida de nossos vizinhos também. Por isso cada um ajuda o outro. Agora mesmo tivemos que abrir uma barricada no alto do muro para evitar que toda a terra jorre para dentro das nossas casas. E o pior é o risco de desabar e soterrar todos nós”.

O construtor responsável pela construção das cinco casas, Fernando Túlio, foi contactado pela jornalista da Rede Sul de Notícias e não se posicionou até o momento. Os proprietários estarão se mobilizando na segunda feira (09) para juntos encontrarem uma solução, representando o construtor junto aos órgãos competentes. “Não iremos descansar enquanto nossos direitos não forem garantidos e só nos resta orar para que nenhuma desgraça maior ocorra e que se tiver que ocorrer, que estejamos fora de casa”, pede Luiz Rodrigo Martins, um dos proprietários.

Baldes foram colocados no forro das casas para evitar que água da chuva se acumule 

 

   

Cristina Esteche

Jornalista

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