22/08/2023

Efeito bumerangue!

A natureza é uma faca de dois gumes. Quando cuidada, preservada, nos dá a terra, a água, o fogo, o ar. Nos dá o sol que transmite energia e que provoca o milagre do crescimento no solo. Quando ferida se torna cruel, destruidora. Quando respeitada nos dá o dom da vida.

São tantos os exemplos que nos colocam à prova, mas não aprendemos. O último exemplo  vivenciamos agora, com as últimas intempéries que nos atingem em excesso. Desabrigando, arrastando, destroçando, matando.

É a lei da ação e reação. Se ferimos, lá na frente também seremos machucados. Se beneficiamos, também seremos contemplados. É assim que entendo a vida.

O que não consigo entender são pessoas que tentam tirar proveito de situações como esta que Guarapuava e outros municípios paranaenses enfrentam. Mas vamos ficar no nosso espaço, por ora.

A fúria da natureza ataca Guarapuava nos últimos meses. Chuva de granizo, vendaval, os rios calmos passaram a mostrar a sua força embalados pelo vento, com correnteza que arrasta e devasta. A terra sangra, engole, se sacia com a morte. Morre a esperança, o sonho, a vida.

Durante as caminhadas pelos bairros em busca de cenas e depoimentos para mostrar um pouco da calamidade, já que palavras, fotos, por mais que digam e mostrem não traduzem a angústia dos atingidos. A tristeza, a desolação tomam conta de famílias já fragilizadas pela condição social, agora a agravadas por alagamentos. "A água levou tudo, mas o pior foi acabar com o material da escola dos meus filhos”, disse uma mãe num dos barracos do Jardim das Américas em conversa com o governador Beto Richa durante a sua visita aos lugares mais atingidos pelas chuvas. O governador esteve aqui e em outros municípios. O prefeito Cesar Silvestri também não se esquivou da sua responsabilidade como gestor público. Ao contrário de muitos, deu a cara a tapa. Encarou famílias revoltadas, outras nem tanto. Ouviu pedidos, foi responsabilizado, mas não se omitiu. Se a culpa agora é dele como tentam imputar alguns, ou se o início está lá atrás com outros, não importa. O fato é que mais do que nunca, o prefeito assumiu o seu dever e foi testemunha do desespero de famílias guarapuavanas. “A situação está horrível, é muito triste ver esse cenário de destruição”, não se cansou de repetir a cada contato feito com este blog no sábado e no domingo. A administração está nas ruas tentando reconstruir a cidade, o interior, atender as famílias. O governo do Estado, o governo federal também são solidários. Aliás, falar em solidariedade e não citar o espírito humanitário do guarapuavano é cometer injustiça. O que não se pode omitir também é uma crítica aqueles que se aproveitam de uma situação caótica para tentar atribuir responsabilidades sobre caso fortuito. Em vez se esconderem atrás de codinomes, já que não tem a coragem de assumir postagens de cara limpa, deveriam estar contribuindo para minimizar o sofrimento de quem perdeu o pouco que tinha, de quem a água arrastou a esperança. É hora de deixar as diferenças, de somar esforços, de socorrer as vítimas nem que seja com palavras de  estímulo, com um prato de comida. Para quem não tem sensibilidade e insiste em agredir, o efeito bumerangue – aquele que vai, mas volta –  está aí regendo a lei da vida. A natureza é sábia!

Cristina Esteche

Jornalista

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