Por Cristina Esteche com informações e fotos de Lizi Dalenogari
A emoção e o agradecimento marcaram a chegada das famílias nas casas alugadas pela administração municipal de Guarapuava com recursos do programa Aluguel Social. Depois que perderam as casas e tudo o que tinha dentro, as famílias ficaram em abrigos organizados pela Secretaria Municipal de Assistência Social por cerca de sete dias.
Na tarde deste domingo (15), a família de Leandro Borodiak, que morreu ao tentar fechar a porta da casa da mãe durante a enchente, entrou na nova casa. Rosilda Aparecida da Rosa, viúva do Leandro, e os dois filhos, um de 11 anos e outro de quatro, não conteve a emoção.
"Estou feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz por ter um lugar digno onde viver com meus filhos até tudo isso se organizar e triste por o Leandro não estar aqui comigo e com as crianças, com os pais dele”, disse à Rede Sul de Notícias. “ Eu fico emocionada de pensar o quanto ele seria grato também por tanta ajuda que recebemos. O cuidado que o prefeito Cesar Filho e a equipe da Secretaria de Assistência Social tiveram com a gente foi mais do que esperava”, afirmou. “ Agradeço por mim, pela minha família e amigos por tudo e por toda a ajuda de tanta gente que nem conhecemos. Um fogão novinho, lençóis novos, alimentos, e um teto, graças a Deus e a um monte de gente do bem", diz Rosilda.
Ironi Borodiak, mãe de Leandro é uma mulher surpreendente, sempre com sorriso nos lábios e alto astral, apesar da dor em dose dupla. Além de perder o filho, a família teve perdas materiais.
"Estou muito emocionada por toda a ajuda, o cuidado, o carinho e força que temos recebido. Amei muito o meu filho Leandro, muito, muito, muito. Mas hoje sinto que amei pouco, mas sei que Deus olhou enquanto ele ajudava aquelas pessoas e disse ‘vem descansar meu filho’ e contra isso não posso lutar, apesar da dor”, disse a mãe. “Deus sabe o que faz e sentimos que ele está conosco, nos fortalecendo nesta ausência. Preciso de forças para ajudar minha nora a criar meus netos e tenho um filho de 13 anos que também precisa muito de mim e do pai”, disse enquanto olhava os cômodos da casa. "Olha que alegria, tem um buraco para o fogão de lenha, perdi o meu, mas sei que vai aparecer alguém que queira se desfazer de um e será muito útil para nossa família. Prometo fazer um pinhão bem saboroso e um café para o doador", prometeu, sorrindo.
A transferência de famílias para casas alugadas pela Secretaria Municipal de Assistência Social está sendo feita desde a noite de sábado (14). Elas entram em casas parcialmente mobiliadas com móveis, roupas, alimentos, utensílios, doados pela sociedade guarapuavana.