O conselho de administração da Companhia Paranaense de Energia (Copel) aprovou um novo reajuste médio de aumento da conta de luz em 24,86%. O percentual foi divulgado no fim da tarde de quinta feira (3) e o pedido de aumento será encaminhado para análise à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Esta é a segunda solicitação de reajuste apresentada pela Copel à Aneel. Em maio, a companhia solicitou reajuste médio de 32,45% à agência reguladora – que em junho autorizou reajuste médio de até 35,05%. Entretanto, o governo estadual, acionista majoritário da Copel, suspendeu o reajuste até que o novo cálculo fosse efetuado. O governador do estado, Beto Richa (PSDB), chegou a dizer que havia sido surpreendido pelo percentual de reajuste autorizado pela Aneel.
Segundo a Aneel, o reajuste não é obrigatório: a agência aprova um aumento máximo, e a empresa pode definir uma alta menor se julgar mais adequada. Em 2013, a própria Copel optou por reajustar a tarifa em um percentual menor que o aprovado pela Aneel.
De acordo com o diretor-geral da agência, Romeu Rufino, a Copel comprou nos últimos dois leilões, em dezembro do ano passado e em 30 de abril de 2014, uma grande quantidade de energia para substituir contratos antigos, que haviam vencido. O problema é que o preço da energia nesses dois leilões foi bem superior ao da energia velha.
A justificativa para o reajuste seria porque as distribuidoras, neste caso – a Copel, têm de repassar todo o gasto com a compra de energia aos consumidores. Conforme Rufino, essas empresas não lucram nessa operação – a remuneração delas vem do serviço de distribuição, ou seja, de levar a energia até as residências, comércio e indústria.
LEILÃO
No caso do leilão do dia 30 de abril, o preço máximo do megawatt-hora (MWh) de energia foi fixado pelo governo em R$ 271. O argumento para a decisão foi que, com valor mais baixo, as usinas geradoras não se interessariam em participar do leilão já que estavam lucrando vendendo suas sobras de energia no mercado à vista, a até R$ 822 o MWh – valor recorde.
Esse leilão de abril foi organizado de maneira emergencial pelo governo justamente para permitir que as distribuidoras adquirissem, a valores mais baixos, a energia que estavam comprando no mercado à vista por não terem sob contrato o necessário para atender seus mercados. A Copel, portanto, foi uma dessas distribuidoras.
COCEL E CFLO
Também no dia 24 de junho, a Aneel aprovou reajuste médio de 40,42% para os cerca de 40 mil clientes da Cocel, distribuidora que atende à cidade de Campo Largo, no Paraná. Para as residências, o aumento médio será de 37,24%. Já para a indústria, será de 43,44%.
A agência provou também alta média de 42,73% para a tarifa da CFLO, distribuidora que atende a 54 mil unidades no município de Guarapuava, também no Paraná. Para consumidores residenciais, o reajuste médio será de 38,54%. Para a indústria, de 49,64%.