22/08/2023
RSN na Copa do Mundo

Opinião: Há vida sem Neymar?

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Por Luiz Carlos Knuppel Junior

 

Parece que realmente estamos fadados a sofrer nesta Copa do Mundo. Na partida diante da Colômbia até parecia que a história seria diferente. A seleção começou bem e realizou um excelente primeiro tempo, com um ataque com movimentação, criando oportunidades e dominando o jogo. O gol de Thiago Silva foi o prêmio por um bom começo de partida.

Na segunda etapa o Brasil já não demonstrava o mesmo ímpeto, porém nem a Colômbia trazia grandes ameaças. O golaço de David Luiz trouxe tranqüilidade e tudo parecia que ia acabar bem, não fosse aqueles últimos minutos.

Não me refiro ao gol colombiano e a pressão dos minutos finais, afinal era de se esperar que a Colômbia partisse para o ataque em busca do gol de empate nos últimos instantes da partida.

O lance que fez todos se lamentarem e ficarem preocupados, contudo, aconteceu em uma jogada quase na lateral esquerda do campo e foi terminar somente após o fim do jogo. A notícia da lesão de Neymar e a ausência certa dele dos últimos jogos da Copa caiu como uma bomba na festa da torcida brasileira após a classificação para as semifinais e fez todos se perguntarem:

Há vida sem Neymar?

Sim. Acredito que há vida sem Neymar, contudo, não será uma tarefa nada fácil superar a sua ausência. Ainda mais tratando-se desta seleção, que já demonstrou uma certa fragilidade emocional e ser totalmente dependente do atacante.

Sempre costumo dizer que Felipão conquistou a Copa das Conederações muito mais no coração e mexendo com a cabeça dos jogadores do que na tática ou técnica. Se quiser conquistar o título de 2014, o comandante do penta terá que repetir novamente a fórmula vencedora e fazer da ausência de Neymar o combustível para a seleção chegar mais longe.

Não é a primeira vez que perdemos nosso melhor jogador durante a Copa. Em 1962, no Chile, perdemos nada mais nada menos que Pelé para boa do Mundial. Amarildo o “Possesso” substitui o rei e juntamente com Garrincha levou o time ao bi-campeonato.

Acontece que não temos na seleção atual, pelo menos não aparentemente, nenhum Possesso ou Garrincha, capaz de assumir o papel de protagonista de Neymar.Contudo temos uma coisa que nem a seleção de 1962 e nenhuma outra teve, a força de jogar em casa com uma torcida apoiando o tempo todo.

Mas também já tivemos no outro lado da moeda. Em 1998, Ronaldo Fenomeno sofreu uma convulsão no quarto do hotel pouco antes da final da Copa. O artilheiro ainda foi a campo, contudo, o susto que ele e seus companheiros tomaram foi o suficiente para fazer que o Brasil entrasse para aquele jogo de forma apática e fosse derrotado.

Resta saber agora que seleção seremos sem Neymar. Seremos como a de 62, que superou a ausência do Rei Pelé? Ou seremos como a de 98 que sucumbiu junto com o Fenômeno diante de sua adversidade

Cristina Esteche

Jornalista

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