Solidariedade: uma força da natureza

Lizi Dalenogari

O guarapuavano provou ser um povo forte e guerreiro mais uma vez durante as horas de terror que chegaram com as fortes chuvas dos primeiros dias de junho. A força da natureza foi impiedosa e arrastou um mar de lama e de sofrimento para dentro de centenas de lares em Guarapuava e região. Em poucos minutos os rios subiram, o desespero só fez aumentar e muitos se negaram a sair de suas casas.

Estive bem perto de cada situação (uma fotojornalista respira a ação). Senti o medo de muitas famílias, e com elas chorei e sorri. Lágrimas de tristeza, de agradecimento, de comoção. Sorrisos de alívio por estarem vivos, sendo cuidados, protegidos, vistos por tantas boas almas que se despreenderam de seu tempo para se doar por eles. 

Presenciei de tudo um pouco e minhas lentes captaram apenas uma ínfima parte de tudo o que se passava. Em muitas situações deixei de clicar. Deixei o equipamento de lado e ofereci meus braços em auxílio mesmo sabendo que minhas imagens estariam ajudando outras pessoas a ter uma pequena dimensão do que se passava aqui.

Tão grandiosa quanto a luta de cada família atingida pelas enchentes foi a corrente solidária que se estendeu por toda a parte. Doações chegaram em abundância. Mãos dispostas a servir estavam à disposição. O guarapuavano tem um coração que mal lhe cabe dentro do peito, asseguro.

E assim passados os dias, as famílias tentando, a medida do possível, voltar a normalidade de suas vidas, vamos registrando gestos, ações e reações. Tudo se resumindo a uma simples frase: quando somamos forças, agimos juntos, não há força que nos derrube!