22/08/2023


RSN na Copa do Mundo

Opinião: Brasileiro na vitória ou na derrota

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Foto: Paulo Pinto

Por Luiz Carlos Knuppel Junior

 

Difícil esta tarefa dos jogadores, da comissão técnica e de nós jornalistas, torcedores, de nós brasileiros. Difícil é tentar explicar o inexplicável. Difícil encontrar as palavras e contar o que aconteceu no Mineirão. Difícil é dizer o porquê tomamos 7 a 1.

Talvez a ausência de Neymar tenha contribuído; talvez a Alemanha realmente tenha um time bem melhor que o nosso; talvez Felipão tenha entrado com a formação errada; talvez tenha faltado preparação mental; talvez tenha sido falta de sorte; um apagão; a falha de toda a defesa ou de apenas alguns nomes.

Talvez todos esses fatores tenham colaborado para a derrota. Contudo, nem mesmo tudo isso seria capaz de explicar uma derrota acachapante como esta. O Futebol é ilógico, inexplicável e impressionante e nada absolutamente nada é capaz de explicar uma derrota como essa.

O destino quis que o dia 08 de julho fosse histórico, de uma maneira não muito boa, mas ainda assim histórico. E sobre os inexplicáveis desejos do destino, nem mesmo os maiores poetas e pensadores conseguiram explicar.

Fácil de explicar, contudo, é o que eu e muitos outros brasileiros sentimos neste dia histórico: tristeza, vergonha, incredulidade, vergonha.

Outros, porém, reagiram de forma diferente. Quem sou eu para dizer sobre o que cada um sente ou deixa de sentir em momentos como este, mas para mim é inconcebível a forma desrespeitosa com que alguns “torcedores” trataram a nossa seleção e a derrota.

Nós brasileiros temos a infeliz cultura de celebrar apenas o primeiro lugar, somente as vitórias. Não à toa raramente comemoramos segundo ou terceiro lugares. Pelo contrário, preferimos menosprezar nossa derrota, preferimos criticar a todo o momento apenas para poder soltar um “Eu disse” no momento da derrota, preferimos fingir que nunca aconteceu conosco, que nunca torcemos, sofremos ou vibramos com a seleção. Fingimos ser alemães, argentinos, holandeses ou qualquer outra nacionalidade apenas para não admitirmos a derrota, para afagar o nosso ego de “vencedores”.

Após o jogo pude sair pelas ruas da cidade e não mais encontrei bandeiras ou camisas do Brasil. Onde estão nossos torcedores, onde estão os brasileiros? Escondidos em suas desculpas e se preparando para aparecer novamente daqui a quatro anos?

Felizes são aqueles que realmente entendem que a seleção e o futebol são patrimônios históricos e culturais do Brasil e que uma derrota dentro de campo é tão triste, dolorosa ou impactante como em qualquer outro setor.

Felizes são aqueles que deixaram suas bandeiras expostas, como feridas abertas. Felizes são aqueles que choraram, que se entristeceram e que ainda tiveram a grandeza de ao fim da partida bater no peito e cantar a tão criticada canção “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”.

Felizes são os que realmente entendem esta música. Felizes são os brasileiros  que amam seu país no 7 a 1 ou na conquista do hexa

Cristina Esteche

Jornalista

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