Por Cristina Esteche
Um dos julgamentos mais aguardados pela sociedade guarapuavana vai começar às 9h00 desta quinta (31), no Tribunal do Júri no Forum Desembargador Guarita Cartaxo , no Centro de Guarapuava. Quem vai estar sentado no banco dos réus é Reginaldo Casagrande Gomes, acusado pelo assassinato a companheira Ana Claudia Cesewenka Batista, em 25 de janeiro de 2013, na residência do casal no Bairro Santana.
A defesa está sob a responsabilidade do criminalista Miguel Nicolau Junior. Segundo o advogado, Reginaldo nega o crime. "Em nenhum momento ele confessou alguma coisa. Caso ele resolva assumir a autoria vamos pedir a redução da pena”, antecipa.
De acordo com Miguel Nicolau Junior, Reginaldo já possui atestado de boa conduta dentro da cadeia e não há nenhuma outra acusação contra ele. Ele é suspeito de ter matado a sogra, a mãe de Ana Claudia. “Só existe o processo da morte de Ana Claudia”, assegura.
Familiares da vítima mandaram confeccionar 100 camisetas pedindo justiça.
RELEMBRE O CASO
O crime contra a pedagoga Ana Claudia Cesewenka Batista ocorreu com requintes de crueldade. Ela foi espancada, sofreu traumatismo craniano, foi estuprada e ainda asfixiada até morrer. O corpo foi deixado no banheiro casa e Reginaldo trabalhou normalmente no pet shop de sua propriedade a poucos metros do local do crime. Quatro horas depois, retornou para casa, e ligou para o Samu. “O corpo dele (Reginaldo) confessou o crime”, disse o ex delegado chefe da 14ª Subdivisão Policial, Italo Biancardi Neto, na época. Reginaldo apresentava arranhões e mordidas pelo corpo e não soube informar como isso aconteceu. Além dessas provas, Reginaldo também se contradisse no depoimento à polícia.
Embora, Reginaldo venha negando a autoria do crime, o que chama a atenção é que na casa estava apenas o casal. Não havia sinais de arrombamento ou de que alguém tivesse entrado na casa. Segundo a pericia, ficou constatado que o local do crime havia sido alterado.
De acordo com informações de amigos e parentes de Ana Claudia, confirmadas pela polícia, a vítima e Reginaldo se conheceram há cinco anos do dia do crime pela Internet e mantinham um relacionamento conturbado com agressões verbais e físicas, além de ameaças de morte.
Ana Claudia, era filha única e sua mãe não se casou. “ A mãe era cabelereira na Santana, uma senhora muito bonita e conservada. O pai já tinha uma família e eles não tinham contato e nem amizade”, disse uma amiga íntima da vítima.
Ana conheceu Reginaldo no 3º ano da Universidade quando ele veio de Santa Catarina e fixou residência em Guarapuava. “Tinha grana porque morou nos EUA, onde foi enfermeiro, trabalhou em uma funerária, e veio logo com intenção de casamento e foi ficando por aqui”, conta uma amiga.
Como a jovem a estudava pela manhã na Unicentro (Letras e Pedagogia), Reginaldo a levava e ia buscá-la. “Antes do final do último ano da faculdade, há dois anos, a sua mãe (de Ana Claudia) foi encontrada morta em casa, como se tivesse morrido dormindo. Ele (Reginaldo) foi buscar a Ana na faculdade, voltaram para casa e foram almoçar na mãe dela, já que as duas casas eram no mesmo terreno, e encontraram a mulher morta. Não foi feito autópsia. Segundo a tia dela, irmã da mãe, o Reginaldo e a Ana não quiseram, e ai foi dado como morte natural. Mas todos ficaram indignados, pois ela gozava de ótima saúde, mas ninguém pensou o pior”, relata a amiga. A polícia admite que a mãe de Ana Claudia possa ter sido assassinada e Reginaldo é o principal suspeito. A exumação do corpo foi realizada no dia 18 de outubro quando houve a constatação de que a mulher pode ter sido envenenada. + Exumação aponta que mãe de Ana Claudia também pode ter sido assassinada