22/08/2023
Segurança

Audiência do caso Marcelo Petroski é marcada

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No dia 29 de setembro vai acontecer a audiência sobre o caso do jovem morto por espancamento no final de dezembro de 2004. Para a família da vítima, depois de quase cinco anos do crime, a justiça se aproxima.
Marcelo Petroski tinha 18 anos e foi brutalmente espancado por volta de meia noite do dia 30 para 31 de dezembro de 2004, na Rua Marechal Floriano Peixoto, centro de Guarapuava.
Na época, algumas testemunhas contaram que ele teria sido visto com um colega na Rua XV de Novembro. Pouco depois, junto com outros jovens, teria participado de uma tentativa de furto a aparelhos de cd´s de carros estacionados na garagem do Hotel Atalaia. Funcionários do hotel teriam corrido para pegar os rapazes e um grupo de adolescentes que passava pelo local teria entrado na briga.
Mas essa versão nunca convenceu o pai de Marcelo, nem tampouco a polícia civil, já que diversas linhas de investigação foram tomadas durante esse tempo, o que também justifica a demora do processo, agora nas mãos do MP.
“A gente tem batalhado direto para buscar a justiça, porque ninguém tem o direito de matar e continuar andando pela rua como se nada tivesse acontecido. Enquanto eu tiver vida não vou parar de lutar”, diz Guilherme Petroski.
Por falta de perito no dia do crime, foi o próprio pai que documentou os fatos com fotografias. Devido à falta de estrutura da Polícia Científica, que muitas vezes deixa passar provas que seriam essenciais para a elucidação de homicídios, a investigação acaba seguindo provas testemunhais. E quanto mais o tempo passa, mais difícil de se chegar ao culpado.
Guilherme ficou sabendo do ocorrido após ligar no celular do filho e, para sua surpresa, alguém da delegacia atendeu. “Fui para a delegacia e então soube que meu filho tinha apenas 1% de chance de sobreviver”, lembra. Em seguida foi para o hospital e se deparou com uma imagem que nunca irá esquecer. “Ele estava entubado, totalmente desfigurado. Conversei com ele, falei que iria sair daquela situação e mesmo desacordado seus batimentos aceleraram. Logo depois teve uma parada cardíaca e foi reanimado”, conta. Pela manhã, às 8h45, teve outra parada cardíaca e faleceu.
“Daí saímos procurar o local do fato, tinha sangue e pedras de até meio quilo. Fotografei tudo e também fotografei o meu filho no estado em que ficou, imagens que constam no inquérito. Mas o estranho é que ninguém viu nada, ninguém fala nada”. Desde então, Guilherme Petroski nunca desistiu de procurar testemunhas que ajudassem no esclarecimento.
“Conforme os dias passavam, eu dava pulos na cama pensando na situação que meu filho passou, gritando por socorro ainda vivo e abandonado daquele jeito. Não consigo trazer a imagem de como ele era para a minha memória, é muito revoltante”, revela
Foto:Guilherme Petroski pai de Marcelo: “Enquanto eu tiver vida não parar de lutar”

Cristina Esteche

Jornalista

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