Malharias de Imbituva saem na frente com padronização de tamanhos para vestuário

Guarapuava – Associação de Malharias aposta em peças padronizadas para a próxima coleção, facilitando as compras do consumidor e o trabalho de revendedores de malhas; treinamento será dado pelo Sebrae/PR e UEPG

A região de Imbituva é uma das mais conhecidas do País ligada à produção de malhas e surge como uma das pioneiras na padronização de modelos e tamanhos para o vestuário feminino, masculino, infantil e de confecção de bustos. A iniciativa só é possível graças ao Arranjo Produtivo Local das Malharias de Imbituva, que atua como um órgão que reúne 39 malharias para treinamentos e consultorias constantes de empreendedorismo, realizados com frequência pelo Sebrae/PR e entidades parceiras.
Os modelos baseados na padronização de tamanhos da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (ABIT) devem ser apresentados na coleção 2010, que terá sua produção iniciada logo após os treinamentos abordando conhecimentos sobre o tema, que serão realizados nos próximos dias 15 e 16 de agosto, por meio de uma parceria entre o Sebrae/PR e Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). “Nosso ideal é que, já na próxima coleção, praticamente todas as malharias de Imbituva forneçam produtos com o mesmo padrão de tamanhos, garantindo aos revendedores e aos consumidores finais maior conforto no momento de adquirir um produto em malha, além da certeza de estar comprando o tamanho certo, mesmo sem experimentar a peça”, afirma o coordenador da Central de Negócios da Associação das Malharias de Imbituva, Leandro Andrade.
A padronização de tamanhos é uma exigência do mercado externo para a compra de confecções e, a partir dela, os empresários das malharias de Imbituva apostam nas exportações como uma forma de aumentar sua produção, que hoje é destinada apenas à moda inverno, ou seja, a quatro meses do ano. “No momento, a padronização é vista como um investimento pelo empresário, mas é o primeiro passo para que, em breve, possamos exportar nossas malhas para o mundo todo. Se pudermos atender à demanda do inverno europeu, dobraremos nossa produção e teremos vendas garantidas para o ano todo”, conclui Andrade.

Central de Negócios do APL
A central de negócios ligada ao Arranjo Produtivo Local das Malharias de Imbituva funciona há mais de um ano com apoio do Sebrae/PR e tem como objetivo estimular a cooperação entre as pequenas e médias empresas de produção de malhas da região. Atualmente, 39 das 42 malharias da região participam do projeto e a associação é responsável pela realização de uma feira de malhas que já está em sua 26ª edição.
A partir da central, são realizadas compras de insumos, aviamentos e vendas em conjunto, diminuindo os custos de frete e proporcionando descontos que não seriam concedidos aos compradores separadamente, com encomendas menores. Além disso, a central atua na contratação de serviços especializados e na realização de ações de marketing para todas as malharias de forma única, proporcionando menores custos às empresas e aumentando a competitividade entre as fábricas da região.
Segundo Andrade, a importância do trabalho da central de negócios, além das facilidades em termos de negociação, se destaca pela troca de informações e novidades do setor entre as empresas participantes. “Mesmo com a crise externa, as malharias de Imbituva continuaram investindo em tecnologia e formas de diminuir o valor do produto levado ao consumidor final. Além disso, somente neste ano, três novas malharias entraram em atividade na região, desenvolvendo a economia local e estimulando a criação de cada vez mais empregos diretos e indiretos.”
O trabalho da APL é estimulado pelo acompanhamento do Sebrae/PR, que atua com visitas periódicas para monitoramento e fiscalização do projeto, visando manter o foco dos empresários em aprimoramento constante. “O início do trabalho do Sebrae/PR foi desenvolver a organização mútua dessas malharias e criar uma relação de confiança entre elas. Agora, trabalhamos no planejamento estratégico, prestando consultoria nas áreas de estratégias financeiras e marketing, tendências de cores, tamanhos, fibras, fios, tecnologia têxtil e técnicas de confecção, além de dicas para a linha de produção atuar focada no mercado consumidor”, explica Gilberto Keserle, consultor do Sebrae/PR.