Como se diz na política: não existe espaço vazio; logo alguém já ocupa. Portanto, mesmo sendo decretado luto por três dias pela morte do ex-presidenciável Eduardo Campos (PSB) é certo que nos bastidores do grupo que teve a perda, as mentes já estejam “borbulhando” para decidir quem será o sucessor na chapa para a presidência da República. Afinal, uma das últimas frases de Eduardo Campos foi o pedido “não desistam do Brasil”, como se previsse que algo interromperia a sua trajetória.
Há quem aposte que Marina Silva suba para a “cabeça da chapa” e que isso não seria nada bom para Dilma Roussef, já que a sua voz fina, estridente, desfere palavras que atacam diretamente a presidente, embora também “tirem pena” do tucano Aécio Neves. Há quem defenda a dobradinha Marina Silva e Roberto Freire, do PPS. Mas vale lembrar que a ambientalista recusou o convite de Freira para se filiar ao PPS e ser a candidata à presidência pelo partido. O fato é que enquanto, embora o irmão de Eduardo Campos, o advogado Antonio Campos, divulgou carta nesta quinta-feira (14) na qual agradece o apoio dos brasileiros aos familiares do ex-governador de Pernambuco e defende a candidatura de Marina Silva a presidente da República pelo PSB.
Mas por enquanto, tudo “navega” no campo das suposições. A frase que mais ouço desde ontem (13) é que a política agora “vai virar de ponta cabeça”, mas ninguém consegue explicar porque e como. Certeza mesmo, só com o "andar da carruagem" que começa depois de amanhã quando acaba o período de luto oficial. Por enquanto são apenas especulações e indagações. Será que o PSB vai se virar mais para a esquerda, tendência de Luiza Erundina? Será que o partido vai “rachar” e parte vai optar pelo PT?
O fato é que com Marina Silva a possibilidade de segundo turno se fortalece. Ela já apareceu em pesquisas com pelo menos 12% a 15% das intenções de votos, índice bem superior a Eduardo Campos.
O fato é que a morte do líder do PSB gerou uma comoção pública ímpar e que a frase “não desistam do Brasil” será a mais pronunciada durante a campanha eleitoral. E Antonio Campos no final do texto da carta enviada à imprensa já deu o tom para que “não se cultivem as cinzas” de Eduardo Campos e Miguel Arraes, “mas a chama imortal dos ideais que os motivavam”.