22/08/2023

Os números da Marina

Os números da última pesquisa eleitoral mostram que o eleitor está ávido por mudanças na política brasileira. Não me refiro  à troca de partidos no poder máximo do País, mas a uma nova proposta de administrar o Brasil, sem promessas mirabolantes. Coisa simples, que seja inédita, como está fazendo a candidata Marina Silva. Basta ver que em apenas 12 dias , cerca de 18 milhões de brasileiros manifestaram intenção de votar em Marina Silva, migrando da indecisão para a certeza.  Marina alcança Dilma e deixa para trás o “tucano” Aécio Neves, o que certamente está provocando mudanças nas campanhas petista e do PSDB. A possibilidade de Marina ganhar de Dilma no segundo turno, como mostra a pesquisa simulada num possível segundo turno, com 10 pontos de vantagem, provoca um certo temor na sociedade brasileira. O principal questionamento é de como Marina, se eleita for, vai governar o País e se terá quadro para isso. Vale lembrar que a ex-seringueira começou a sua trajetória política no PT, ajudou a eleger o ex presidente Lula e foi ministra do Meio Ambiente na administração petista.

Assim como Lula e Dilma, Marina é vista como preconceito quando se diz  que  não possui “cara” de presidente. Nunca entendi qual é a “cara” que um presidente deve ter. O que sei é que comentários como esse que circulam diariamente em Guarapuava e, com certeza, em outros municípios brasileiros, remetem à grau de instrução, poder aquisitivo, ideologia de direita ou centro direito – também não consigo entender essa classificação.

O fato é que se Marina queria atingir o sentimento do povo brasileiro, conseguiu. O povo está cansado de promessas, de números, de propostas comuns. E nisso Marina acertou em cheio ao propor mudanças na política priorizando pessoas e não partidos para compor a sua equipe. Resta saber se isso será possível na prática e se terá governabilidade, se atingir o seu objetivo nas urnas. Bem, ainda falta pouco mais de um mês para o Dia D. Vamos ver quais serão as novas estratégias do PT e do PSDB e se o PSB vai conseguir sustentar os números atuais e seguir crescendo.

Cristina Esteche

Jornalista

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