22/08/2023
Segurança

Alegando dúvida, promotora pede absolvição de Fábio Menarim Rocha

Cristina Esteche

+Fábio diz que a pessoa que atirou escondia a arma dentro de um pacote

Caso Henry e Sandro: Testemunhas confirmam que apenas Fábio saiu do local do crime

A promotora Leandra Flores, que atua na acusação, durante o julgamento do bancário Fabio Menarim Ribas, nesta quinta (25), em Guarapuava pediu a absolvição do réu. Ela alegou ter dúvidas quanto a autoria do duplo assassinato qualificado contra os jovens Henry Franciosi e Sandro Esteche. Familiares de Henry sabiam mesmo antes da sessão do júri que a promotora pediria a absolvição do réu.

O assistente da acusação, Loedi Lisouski, em contrapartida pediu que o Conselho de Sentença, composto por seis homens e uma mulher, condene Fábio Menarim Rocha. Ele apresenta como argumentos as afirmações feitas por testemunhas de que Fábio foi a única pessoa que saiu do local após os tiros. O intrigante é que Sandro foi executado com cinco tiros, inclusive na face; outros quatro atingiram Henry e Fabio, testemunha ocular, foi alvejado apenas com  um tiro de raspão no abdômen, disparado a curta distância. Henry tinha um tiro nas mãos como se tivesse feito um gesto para impedir de ser alvejado. Um dos tiros atingiu  o rosto e outro a cabeça de Sandro. Como o revólver do crime, que não foi encontrado, era de calibre 38, de acordo com informações policiais, o criminoso recarregou a arma e continuou atirando.

As qualificadoras do crime são que as vítimas não puderam se defender e a supressão do processo. Na segunda qualificadora, a supressão do processo, de acordo com Loedy, Melhem ficou por cerca de três anos com o processo guardado. "Se uma pessoa sabe que o seu cliente é inocente, por que esconderia um processo e não acabaria logo com o caso?", questiona. "Em vez disso, preferiu esconder o processo e impedir que o julgamento acontecesse."

Os argumentos da defesa, patrocinada pelo criminalista Elcio Melhem, se baseiam no pedido da promotora; no fato de Fabio ter deixado o carro fechado e não aberto, no caso de uma possível premeditação dos crimes, o que facilitaria uma fuga. Outra questão levantada por Melhem é o depoimento do pai de Henry, já falecido, de que o filho sofria ameaças de morte. Segundo  Melhem, essas ameaças continuaram contra os pais e uma tia de Henry.

O júri entra em recesso para almoço e retorna por volta das 14h00.

Cristina Esteche

Jornalista

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