22/08/2023
Agronegócio

Produtor deve atentar para leis referentes ao plantio de milho transgênico

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Guarapuava – Na próxima quarta-feira, 26, produtores rurais da região participam de uma Atualização Técnica da legislação de áreas de coexistência e manejo integrado de pragas nas áreas de refúgio. As palestras iniciarão às 9 horas, no Centro Cultural Mathias Leh, localizado na Colônia Vitória, distrito de Entre Rios/Guarapuava.
Realizado pela Cooperativa Agrária Agroindustrial/FAPA, Pioneer Sementes e Sindicato Rural de Guarapuava, o evento visa orientar os produtores rurais quanto aos procedimentos legais e técnicos para o plantio das lavouras de milho transgênico.
Dois palestrantes conduzirão as discussões sobre o assunto. O engenheiro agrônomo Goran Kuhar, mestre em Melhoramento e Genética Vegetal pela UNESP/Jaboticabal, vai esclarecer dúvidas de produtores rurais, agrônomos e técnicos sobre Norma de Coexistência. Em seguida, o pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), Rodolfo Bianco, Doutor em Entomologia, vai falar sobre manejo integrado de pragas nas áreas de refúgio.
Segundo o representante comercial da Pioneer Sementes, Francisco Nogara, todos os produtores rurais estão convidados. A palestra é gratuita e deve atrair um grande número de produtores, técnicos e agrônomos, já que o assunto é bastante importante nesta época que antecede o plantio de milho.
Na Cooperativa Agrária, o milho geneticamente modificado vai ocupar uma área expressiva dos cooperados. “Todo produtor que for plantar milho geneticamente modificado deve ficar atento à obrigatoriedade da Norma de Coexistência e a recomendação técnica referente à área de refúgio”, ressalta o pesquisador da Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária (FAPA), Celso Wobeto.
De acordo com ele, o assunto é novo para todo o setor: produtores rurais, empresas e pesquisadores, sendo que a fiscalização ocorreu pela primeira vez na última safra de milho safrinha. A palestra vai servir de alerta e orientação, já que na safrinha alguns produtores foram penalizados pela falta de cuidados com a legislação. “Temos que ter a safrinha como lição, para não cometermos os mesmos erros. Além da multa, precisamos evitar o desgaste perante a sociedade que o uso da tecnologia pode sofrer, caso não sejam respeitadas as determinações”, observa.
Quanto à área de refúgio, é importante cumprir algumas regras, a fim de prolongar o uso da tecnologia sem a necessidade do uso de inseticidas no milho Bt. “Existe a necessidade de monitoramento, e é possível o manejo integrado, ou seja, a ocorrência da praga sem prejuízos”, explica.
As palestras vão enfocar, ainda, os procedimentos específicos necessários para áreas próximas a reservas indígenas e APA´s.
A Norma de Coexistência diz que a distância entre uma lavoura comercial de milho geneticamente modificado (GM) e outra de milho não GM, localizada em área vizinha, deve ser igual ou superior a 100 metros, ou, alternativamente, 20 metros, desde que acrescida de bordadura com, no mínimo, 10 fileiras de plantas milho convencional de porte e ciclo vegetativo similar ao milho GM . O produtor que infringir a lei estará sujeito a advertência e multa de até R$ 1,5 milhão, perda ou suspensão da participação em linhas de financiamentos.

Cristina Esteche

Jornalista

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