Às vezes é preciso parar um pouco, fechar pra balanço, fazer as coisas que se gosta e que sempre sonhou. Desde a minha adolescência a vontade era conhecer lugares sagrados: Machu Picchu, o primeiro deles. Chegou a hora e esse foi o lugar escolhido para rever conceitos, descansar, acabar com o estresse do ano um pouco agravado pela campanha política.
O presente proporcionado pela Luana não poderia ser melhor. Ela escolheu o destino, o roteiro, fez tudo o que seria necessário. A mim e ao Orlando só coube arrumar a mala com o essencial e viajar. Saímos de Guarapuava na quinta às 13h20 rumo a Curitiba e de lá a São Paulo onde voamos rumo a Lima. Mas o nosso destino final seria Cusco e cá estamos. Fuso horário, altitude – estamos a 3,6 mil metros acima do nível do mar -, cansaço. Tiramos a tarde para dar uma volta, nos localizar. De volta ao Awki ‘s Dream Hotel, onde estamos hospedados, dormimos até hoje às 7 horas. Aqui são duas horas de diferença a menos do que o horário de Brasília.
O hotel é excelente. Arquitetura antiga, com o interior cheio de quadros de anjos e santos porem todos os ambientes. O peruano deixou suas crenças de origem e a religião predominante é a católica.
O culto à natureza, ao Deus Sol, somente nos vilarejos mais primitivos. Estou doida para ver se encontro algum. É incrível como o cristianismo, em especial o catolicismo “exterminou” as crenças pagãs, dos ancestrais e impôs uma religião clandestina a todos os povos. Mas o que se explora economicamente é a religiosidade primitiva com o sagrado Machu Picchu, o templo do Sol e tantos outros lugares que já tem a mão do homem na devastação e agora na preservação.
Caminhar pelas vielas de Cusco é como se você fosse arremessado a uma viagem ao tempo. Pedras enormes compõem a base da arquitetura peruana, inca. As ruas são tão estreitas que mal passa um carro. Não há calçadas e o pedestre se vira como pode. Ladeiras e entradas como se fossem labirintos te transportam a casas de artesanatos, restaurantes diversos.
Como estamos hospedados a 800 metros da Praça das Armas, como se fosse o coração de Cusco, temos tudo ao nosso alcance. Nessa praça é onde você troca a moeda – a daqui é o soles que corresponde a um por um como o real -, consegue pacotes e guias turísticos, come bem – ainda não nos arriscamos às comidas típicas, mas já sabemos que carne de cervo e de kui (uma espécie de rato) são consideradas as carnes “mui ricas.” Não vou ter coragem de experimentar. O Orlando, talvez. Ele gosta de comer os pratos mais típicos dos lugares por onde vamos. Vou ver o que o Negro escolhe para o almoço de hoje, sexta feira.
Bem, pela manhã fizemos um tour num ônibus panorâmico. Fomos a vários lugares até chegar à parte mais alta da cidade.
Passamos por parques arqueológicos, descemos no Cristo Blanco – uma imagem de Cristo com os braços abertos de 13 metros. Lá também existem as três cruzes, simbolizando a morte de Jesus ao lado dos dois ladrões.
Nesse local as pessoas rezam, pedem graças. Senhoras vendem artesanato típico.
Também fomos ao Centro de Artesanato que fica à beira da estrada, onde é possível comprar roupas tecidas com lãs e fios de alpaca. Como o turismo é a base da economia, você é assediado a cada momento para fazer compras. Como em todo o lugar turístico, pechinchando você consegue desconto em tudo.
De volta ao ônibus, pelo caminho é possível ver muitas lhamas e senhoras idosas conduzindo rebanhos.
Na cidade, passamos pelo centro moderno de Cusco com uma grande avenida. Foi possível conhecer a estrutura de saúde, universidades, colégios, bibliotecas. Já fizemos algumas comprinhas. Mas confesso que as máscaras e outras peças típicas nos deixaram loucos, ávidos para levar mas precisamos congelar as vontades.
O clima de Cusco é quente nesta época do ano. O clima se divide em duas estações: a temporada de seca na qual estamos e a de chuvas. O sol quente nos deixou exaustos. Retornamos ao hotel para descansar um pouco . Depois, resolvemos subir as ladeiras – algumas com degraus – e ir até o Templo de São Francisco, onde está a Universidade de Ciências fundada por Simon Bolívar.
Amanhã, sábado, vamos ao Valle Sagrado.