22/08/2023
Saúde

Vacinação contra HPV não atinge meta no PR

A nova etapa de vacinação contra o HPV (Papiloma Vírus Humano), que começou em setembro deste ano em todo o Brasil, está aquém do esperado no Paraná. Apenas 35 mil meninas de 11 a 13 anos, público-alvo da campanha, tomaram a segunda dose da vacina. Isso representa 13% das 257,5 mil garotas nessa faixa etária que vivem no estado, segundo estimativas da Secretária Estadual de Saúde. O órgão esperava atingir pelo menos 40% em outubro.

O Ministério da Saúde incluirá uma nova vacina no calendário nacional de vacinação no final deste ano. É a dTpa (tríplice bacteriano acelular), que protege contra difteria, tétano e coqueluche. Hoje, a grávida só se imuniza contra as duas primeiras doenças. De acordo com o órgão, a proteção à coqueluche foi incluída para proteger a criança, que só tem amparo contra a enfermidade depois dos seis meses de idade.

A coqueluche é perigosa para os menores. Em 2012, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), 74 bebês com menos de um ano morreram por causa dela. Cerca de 40% desses recém-nascidos foram infectados pela própria mãe.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima 50 milhões de casos de coqueluche por ano no mundo dos quais 300 mil levam à morte. Entre as crianças menores de cinco anos, é a quinta maior causa de mortes por doenças imunopreveníveis.

“O objetivo da vacinação na gestante é diminuir a transmissão da mãe para recém-nascido via anticorpos. E isso tem mais efetividade no início da gravidez”, relata Mauro Scharf, diretor médico e endocrinologista do Laboratório Frischmann Aisengart. A vacina deve ser tomada a partir da 27ª semana de gestação.

O impacto dessa etapa é menor, de acordo com João Luís Gallego Crivellaro, coor­denador do Programa de Imunização da Secretária Estadual de Saúde, porque as escolas não estão participando da campanha. “Na distribuição da primeira dose, em março, a rede de ensino esteve presente. Dessa vez optamos apenas pelos postos de saúde porque era momento político e não queríamos misturar vacinação com isso”, relata. No Paraná, a vacina está disponível em todas as 2,2 mil unidades de saúde.

Cristina Esteche

Jornalista

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