Pela quinta vez neste ano, os técnicos do Banco Central (BC) paralisarão as atividades. A partir de hoje (14), a categoria cruzará os braços por 72 horas, prejudicando o atendimento ao público e as atividades de segurança e de distribuição do dinheiro.
Os técnicos reivindicam a exigência de nível superior para o cargo, atualmente de nível médio. Para a carreira de auditor, hoje de nível superior, o requisito seria prova de títulos, como pós-graduação e prêmios profissionais.
A categoria quer que o BC execute as mesmas políticas de contratação da Receita Federal e da Polícia Federal, onde os cargos técnicos exigem nível superior. De acordo com o Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central (Sintbacen), o BC e o Ministério do Planejamento assinaram compromissos para modernizar a carreira em 2008, mas até hoje os trabalhos não avançaram.
As duas primeiras paralisações do ano ocorreram em abril, quando os técnicos pararam por algumas horas. A categoria voltou a cruzar os braços por 24 horas, em maio, e 48 horas, em setembro. No último dia 17, os técnicos se reuniram com o presidente do BC, Alexandre Tombini, mas o Sintbacen alega que nenhuma providência foi tomada depois do encontro.
O sindicato reclama ainda de casos de desvio de função, em que técnicos executam a mesma função que analistas, porém recebendo menos. Segundo o Sintbacen, um técnico em fim de carreira recebe cerca de R$ 11,4 mil, contra R$ 20 mil de um auditor. Os técnicos querem a elevação do salário de fim de carreira para R$ 12,4 mil. Hoje, o BC tem 682 técnicos em todo o país.