22/08/2023
Política

Cooperativas de agricultura familiar colaboram com sugestões ao Projeto Paraná

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Curitiba – As cooperativas de agricultura familiar vão colaborar com sugestões e propostas para serem incluídas no Projeto Paraná, plano de governo do PDT que será apresentado à sociedade paranaense em 2010. O senador Osmar Dias, líder do PDT no Senado Federal, recebeu nesta segunda-feira, dia 24, em Curitiba, o deputado federal Assis do Couto (PT-PR), que estava acompanhado de dirigentes de cooperativas ligadas ao Sistema Cresol (Cooperativas de Crédito Rural com Interação Solidária), Fetaep (Federação dos Trabalhadores na Agricultura) e Unicafes (União Nacional das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária).
Na oportunidade, Osmar Dias pediu para que os dirigentes entreguem aos técnicos do Projeto Paraná uma proposta contendo as reivindicações que as cooperativas de agricultura familiar gostariam que fossem contempladas no plano de governo para garantir o crescimento do setor de agricultura familiar no Paraná. “Vamos analisar estas propostas e anexá-las com as ideias que já temos para o desenvolvimento do nosso estado”, afirmou Osmar.
“Não tenho dúvidas que, se conseguirmos enxergar soluções e perspectivas de crescimento nas propostas, apoiaremos o projeto do senador Osmar Dias”, garantiu o presidente do Sistema Cresol e vice-prefeito de Coronel Vivida, Vanderlei Ziger.
O senador lembrou da época em presidiu a Companhia Agropecuária de Fomento Econômico do Paraná, de 1983 a 1986, e quando foi secretário da Agricultura do Paraná, entre os anos de 1987 e 1994. “Nossa relação com a pequena propriedade sempre foi de muito respeito e apoio. Todos os programas eram destinados a propriedades com áreas menores que 50 hectares”, frisou Osmar.
Segundo o deputado Assis do Couto os agricultores estão na expectativa da aprovação da lei do cooperativismo, que está tramitando no Senado desde 1999. Porém, o setor de agricultura familiar quer que a representatividade das cooperativas seja dividida entre a OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e a Unicafes.
“Já falei ao presidente Lula que não me oponho com a representatividade da lei sendo compartilhada, mas essa modificação tem que ser feita pelo relator, o senador Renato Casagrande (PSB-ES)”, afirmou Osmar Dias.
De autoria do líder do PDT no Senado, a lei do cooperativismo moderniza as sociedades cooperativas no Brasil, definindo o que é o ato cooperativo e retirando do setor o peso dos impostos para proporcionar maior competitividade. O projeto dá mais agilidade e menos tributação às cooperativas, a grande alavanca do desenvolvimento econômico do País. “A nova lei traz agilidade e dá condições para as cooperativas de atuação no mercado global”, disse Osmar. Ele destaca ainda que o projeto foi elaborado pelas cooperativas, com a realização de “centenas de audiências públicas” e anos de pesquisas e trabalho de dirigentes de cooperativas no Brasil inteiro.

PANORAMA DA AGRICULTURA FAMILIAR – Outro consenso na conversa do senador Osmar Dias com os representantes das cooperativas familiares diz respeito ao panorama em que está inserida a agricultura familiar.
Segundo estudo da Embrapa as pequenas propriedades procuram diversificar os produtos cultivados para diluir custos, aumentar a renda e aproveitar as oportunidades de oferta ambiental e disponibilidade de mão-de-obra. No entanto, carecem de acesso mais fácil ao crédito, à tecnologia e ao mercado.
A chamada agricultura familiar representa a maioria dos produtores rurais no Brasil. São cerca de 4,5 milhões de propriedades familiares que detêm 20% das terras e respondem por 30% da produção global de alimentos. Em alguns produtos básicos da dieta do brasileiro, como o feijão, o arroz, o milho, as hortaliças e a mandioca, a agricultura familiar chega a ser responsável por 60% da produção.
“Sou um defensor da agricultura familiar, das cooperativas e das associações de agricultores familiares. Entendo que há espaço no mercado para quem produz e a parcela que cabe aos agricultores familiares pode ser ampliada com investimento e a participação das cooperativas E aponto como desafio a unificação da certificação sanitária para que os agricultores familiares tenham condições de ampliar a venda dos seus produtos não só dentro do Paraná, mas também para outros estados. Esta certificação é necessária para fortalecer o setor”, completou Osmar Dias.

Cristina Esteche

Jornalista

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