Caio Budel
Uma resolução divulgada no início do mês pelo Conselho Administrativo do Campus Cedeteg (CADCAM) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) proibiu pessoas que trabalham, estudam ou frequentam a instituição de alimentar os cães abandonados que circulam entre os espaços internos e externos do campus.
No documento, do dia 5 de novembro, consta que a proibição tem como um dos objetivos evitar um possível ataque de pessoas que frequentam a instituição. “A proibição referida no caput deste artigo objetiva evitar que os animais abandonados sejam atraídos pelos alimentos e/ou permaneçam nas dependências internas e externas do Campus Cedeteg”.
De acordo com Juliano Tadeu Vilela de Resende, diretor de campus e presidente do CADCAM/C, um dos motivos para a emissão da resolução são os registros de ataques dentro da universidade. “Hoje nós temos 4 processos protocolados sobre ataques de cachorros e ligações registradas na ouvidoria sobre o mesmo motivo. Então, esse foi um dos motivadores para a resolução”.
Ainda de acordo com Juliano, o problema aumenta por conta da ação da própria comunidade em geral. “Pessoas de fora da Unicentro, quando veem que os cachorros recebem cuidados e alimentação de pessoas aqui de dentro, vem e abandonam seus animais aqui porque sabem que eles vão ser bem cuidados. A resolução vem como uma forma de evitar o aumento dos animais que
já estão aqui dentro”, pontua.
Abaixo-assinado
Em repúdio ao ato, um movimento iniciado nas redes sociais por acadêmicos, agentes universitários e professores reuniu pessoas para a assinatura de um documento que pede a revisão da resolução imposta pela instituição. Protocolado na última terça feira (11), o registro pede um diálogo com o CADCAM. “Não foram apresentadas as problemáticas do caso para a comunidade que compõe o campus. Não foi mencionado se houveram ataques de animais ou coisas do gênero”, explica. “Nós queremos um diálogo junto da comunidade acadêmica para conseguir chegar a um consenso. Não podemos deixar os animais sem comer, é um tipo de mau trato”.
Contudo, de acordo com Juliano, o Conselho de Campus já está dando retorno aos envolvidos no abaixo-assinado com um pedido para que sejam disponibilizados um agente universitário, um acadêmico e um professor para que seja dialogada a questão. “Nós vamos criar uma comissão para o debate do tema que também vai contar com um representante do conselho, um membro da Direção de Campus e um professor do curso de Medicina Veterinária”.
Ainda de acordo com o diretor, os envolvidos terão até o dia 19 deste mês para indicar quem participará da comissão.