22/08/2023

Imagens que chocam!

imagem-83064

O frio que faz em Nova Iorque não é maior do que o sentimento indecifrável que senti ao visitar o Museu Nacional da Memória de 11 de Setembro, e que personaliza o trágico fim de cerca de três vítimas dos atentados terroristas de 2001.

No lado de fora, a recepção é feita pelo memorial construído no local onde existiam as torres gêmeas que formavam o World Trade Center. Dois espelhos d’água movimentam o lugar como se a vida ali existisse em toda a sua essência. A fila para comprar o ticket que custa U$ 24 é uma prévia que  gera a expectativa sobre o que se vai encontrar lá dentro. São histórias de todas as vítimas recontadas em depoimentos por familiares.

Fotos, vídeos, 10,3 mil peças que foram doadas por familiares, resgatadas,  documentos e 37 peças enormes retiradas dos destroços dão a dimensão da tragédia. Cada minuto da tragédia está documentado.

São cenas que chocam e que provocam uma mistura de sentimentos. São gravações dos últimos telefonemas das vítimas, vídeos de segurança dos terroristas da  Al Qaeda passando pela segurança do aeroporto e imagens de pessoas que se jogaram das torres no momento de desespero.

Sapatos com sangue, roupas de crianças, carteiras, celulares e outros objetos chamam a atenção, não menos do que fragmentos de um dos aviões, de um carro de bombeiros com a cabine destruída pelo fogo ou de antena de tevê e rádio que estava sobre uma das torres, ou ainda, as cinco colunas de aço, todas retorcidas pelo impacto dos aviões que se chocaram contra elas.  

É possível ver também três peças monumentais, entre estas, a Escada dos Sobreviventes, que salvou centenas de pessoas por possuir saída pela Vesey St, ou dois “tridentes” , com 70 toneladas cada e que serviam como sustentação ao World Trade Center. A “última coluna” surge imponente como símbolo de resistência americana ao atentado terrorista. A peça foi a última ser retirada do local.

Tudo foi feito para lembrar o dia em que o país foi atacado por terroristas, primeiro com um avião arremessado contra a Torre Norte do World Trade Center. Minutos depois, um segundo avião atingiu a Torre Sul. Em seguida, foi a vez de o Pentágono ser atacado, em Washington, e de um outro avião cair no estado da Pensilvânia, pela reação dos tripulantes.

É muito difícil observar tudo isso sem experimentar a sensação de quem estava ali naquele dia. Mas o que mais chama a atenção é o espírito de união do povo americano, o sentimento de nacionalidade, o amor à sua cidade e ao seu povo. Foi a união que  marcou o renascimento da "downtown" de Manhattan, região que se tornou deserta por vários anos. O primeiro a encabeçar o movimento para revitalizar o “coração financeiro” da ilha foi o ator Robert de Niro. Hoje a área é a mais valorizada de Manhattan no mercado imobiliário e onde tenho o prazer de morar pelos próximos 40 dias, a poucos metros do que o presidente Barack Obama classificou como sendo   "um lugar sagrado de cura e esperança".

Cristina Esteche

Jornalista

Relacionadas

Este post não possui termos na taxonomia personalizada.

A missão da RSN é produzir informações e análises jornalísticas com credibilidade, transparência, qualidade e rapidez, seguindo princípios editoriais de independência, senso crítico, pluralismo e apartidarismo. Além disso, busca contribuir para fortalecer a democracia e conscientizar a cidadania.

Pular para o conteúdo