22/08/2023
Economia

Dólar opera em alta nesta segunda, acima do patamar de R$ 2,65

O dólar avançava pela quarta sessão consecutiva ante o real nesta segunda feira (15), oscilando perto das máximas em quase 10 anos e ainda pressionado pelo ambiente de incertezas internas e externas, com investidores preocupados principalmente com o futuro do programa de intervenções no câmbio do Banco Central brasileiro, de acordo com a agência Reuters. O dólar atingiu na sexta-feira (12) novamente o maior valor desde 2005 – marca que a moeda norte-americana vem batendo ao longo das últimas semanas.

Às 10h40, a moeda norte-americana subia 0,49%, a R$ 2,6642. Na máxima desta sessão, o dólar foi a R$ 2,6698.

"Cada dia que passa o mercado fica mais ansioso sobre o BC. E, quando tem incerteza, o mercado busca proteção no dólar", disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.

Sob o atual modelo de intervenções e marcado para durar até o final do ano, o BC oferta diariamente até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares. O presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, tem afirmado que o atual estoque de swaps, correspondente a pouco mais de 100 bilhões de dólares, já dá conta da demanda por proteção, alimentando expectativas de que o BC pode reduzir sua presença no mercado em 2015.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas atuações diárias, com volume equivalente a 196,8 milhões de dólares. Foram vendidos 2,3 mil contratos para 1º de setembro e 1,7 mil para 1º de dezembro de 2015. Até então, em vez de ofertar swaps para dezembro, o BC colocava papéis para 1º de junho.

O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de janeiro e equivalem a 9,827 bilhões de dólares, com oferta de até 10 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de metade do lote total. Após o fechamento da sessão passada, o BC anunciou para esta sessão leilão de venda de até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra em 5 de maio de 2015. A oferta acontecerá entre 15h e 15h05.

O mercado também continuava sob a expectativa de quais medidas serão adotadas pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff para enfrentar o quadro de inflação alta e crescimento baixo, sobretudo via política fiscal.

Do lado internacional, a perspectiva de política monetária mais apertada nos Estados Unidos também tem contribuído para a recente alta do dólar sobre o real, uma vez que poderia atrair para o país recursos atualmente aplicados em países como o Brasil.

O Federal Reserve, banco central norte-americano, reúne-se nesta semana e terá de decidir se descarta a promessa de manter os juros quase zerados por um "tempo considerável".

"Os dados dos EUA têm vindo bons e os diretores do Fed têm se mostrado um pouco mais confiantes. Essa pode ser uma reunião importante", disse o operador de uma corretora internacional.

Na sexta, o dólar fechou em alta devido a diversos fatores econômicos e políticos, como apreensão dos investidores diante da queda dos preços do petróleo e o futuro do programa de intervenções do Banco Central no câmbio, de acordo com a agência Reuters. A moeda norte-americana subiu 0,14%, a R$ 2,6512. No dia 4 de abril de 2005, a moeda fechou cotada a R$ 2,6598, segundo dados do Banco Central. A moeda fechou a semana com alta de 2,23%. No mês e no ano, há valorização acumulada de 3,10% e 12,46%, respectivamente.

Cristina Esteche

Jornalista

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