22/08/2023
Economia

Retomada da economia brasileira vai ficar para 2016

O ano que se apresenta já é dado como perdido do ponto de vista econômico. Por mais que previsões feitas em janeiro embutam uma grande margem de erro, pouca gente no mercado aposta em um crescimento do PIB acima de 0,5% em 2015. Se tudo der certo, a retomada começa no segundo semestre e uma expansão mais forte deve vir mesmo só em 2016.

Com a inflação alta, é bastante provável que os juros tenham de subir, o que desestimula a atividade. Além disso, cortes de gastos e aumentos de impostos que estão sendo anunciados pelos governos estaduais e federal terão um impacto negativo na economia brasileira. Embora sejam ações que abrirão espaço para um maior investimento privado, elas levam tempo para surtir efeito. Assim, o país deve atravessar no biênio 2014/2015 o pior cenário de crescimento desde os anos de 1998 e 1999.

Apesar da opinião unânime sobre a necessidade de mudanças, economistas sugerem soluções diferentes para que o PIB volte a crescer. A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, acredita que o segredo para a queda da inflação e o retorno do crescimento das atividades do setor produtivo é a austeridade fiscal. “É preciso ter um aumento da carga tributária e um corte de gastos com uma estratégia clara para voltar a crescer”, opina.

Por outro lado, o professor João Basílio Pereima Neto, chefe do Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná, critica a proposta de subir impostos, já que essa alternativa, segundo ele, prejudica o consumo e afasta o interesse de empresários em investir no país. A tendência de aumentar os juros para controlar a inflação também é vista com maus olhos. “A única solução é uma redução profunda nos gastos do governo. Isso deixa o Estado mais leve para reduzir a dívida pública e ter mais dinheiro para realizar investimentos.”

Os especialistas também sugerem medidas como a depreciação do real frente ao dólar e a diminuição da taxa de juros a fim de estimular as exportações e alcançar uma balança comercial favorável.

Cristina Esteche

Jornalista

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