22/08/2023

Pesquisa acadêmica busca traçar perfil do músico brasileiro

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Foto/ Beto Figueiroa/Porto Musical

Com Agência Brasil 

Pesquisadores da Escola de Comunicação e Arte (ECA) e Escola Politécnica, da Universidade de São Paulo (USP), querem conhecer o perfil do músico brasileiro e as características do mercado de trabalho da música. Karina Poli, uma das pesquisadoras, apresentou resultado parcial da pesquisa nessa quinta feira (05), durante o Porto Musical. Neste primeiro ciclo, foram colhidas informações de  720 músicos. 

O acúmulo de funções e responsabilidades na carreira desses profissionais chama atenção: 67% dos músicos fazem a gestão do próprio trabalho artístico, 15% trabalham com mais de um produtor, apenas 8% tem produtor exclusivo e 4% trabalham com agentes de vendas. A pesquisa também aponta que 71% dos entrevistados fazem a própria divulgação de shows e trabalhos. Karina encara o dado como preocupante, porque, de acordo com ela, a cadeia exige conhecimentos específicos, burocráticos e, em função dessa sobrecarga, o próprio setor fica descapitalizado. 

Outro dado que chama atenção é em relação ao uso da tecnologia pelos músicos: 48% usam intensamente a internet para distribuição de seus produtos, 60% a utilizam com freqüência na divulgação do seu trabalho, 50% já lançaram discos em formato digital. A pesquisa também aponta que 52% usa a web para produção, 23% para ensaios e 36% para composição. “Eles já incorporaram o uso das tecnologias no seu trabalho, seja na divulgação, muitos artista usam programas com o sibelius para composição”, ressaltou a pesquisadora. 

A internet e as redes sociais também são ferramentas importantes para a divulgação do trabalho. Ao todo, 59% dos músicos possuem site próprio. As redes sociais mais usadas são Facebook com 35%, Youtube com 33% e 19% dos artistas colocam suas músicas no SoundCloud. 

A pesquisa ainda diz que 75% dos músicos  já gravaram um CD, e 59% já lançaram no formato digital. 54% deles financiaram seu próprio CD, 20% conseguiram recursos de editais e leis de incentivo. Em relação a financiamentos,11,5% já produziram com apoio de gravadoras, 2% conseguiram recursos com crownfunding, e 12% obtiveram recursos de outras formas.

A pesquisa ainda está em andamento e pretende alcançar 2.500 questionários respondidos. Músicos profissionais em atuação e residentes no Brasil podem responder o questinário clicando aqui.

Karina Poli lembra que a área de música no Brasil é muito carente de dados. Segunda a pesquisado, é importante ter indicadores para apontar as prioridades de políticas públicas para o setor. 

Cristina Esteche

Jornalista

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