Cristina Esteche com Bárbara Franco
Os cerca de oito mil professores que fizeram parte da assembleia convocada pela App-Sindicato, neste sábado (07), em Guarapuava, entram em greve a partir desta segunda (09), em todo o Paraná.
A mobilização passa a ser em Curitiba, na segunda, quando acontece a votação do pacote de medidas de contenção de gastos, enviado à Assembleia pelo Governo do Estado.
“Vamos atrás dos deputados para conscientizá-los sobre o desmonte da educação no Paraná. Não estamos pensando somente em nós professores, mas, principalmente, nos alunos”, disse o presidente da App-Sindicato, Hermes Silva Leão.
Com essa decisão, o início do ano letivo, marcado para a segunda, deve ser adiado, embora a Secretaria Estadual de Educação insista em avisar os pais que as aulas começam no dia previsto. Porém, a entidade sindical diz que professores estarão nas escolas, mas para receber e conscientizar os pais sobre o que está acontecendo na área educacional paranaense. Será um corpo-a-corpo contra as medidas propostas pelo governador e que estará nas mãos dos 54 deputados estaduais.
A insatisfação dos professores se agravou com as medidas restritivas que compõem o “pacote” do governo. Porém, a insatisfação da categoria antecede as últimas medidas. Tanto é que a categoria já tinha reunião marcada para debater a greve, motivada pelo não pagamento da rescisão de 29 mil contratos de professores temporários e pelo não pagamento do terço de férias nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro.
“A insatisfação com o atual governo é generalizada”, disse Marlei Fernandes, ex-presidente da App-Sindicato e hoje uma das diretores da entidade. “O governador está promovendo um desmanche geral da categoria do magistério. O que ele está fazendo com a nossa categoria é humilhante”, afirma.
Embora as medidas atinjam os servidores públicos estaduais como um todo, o magistério é a categoria mais afetada, pois além do corte do quinquênio e mudanças nas aposentadorias, há alteração específicas para o magistério.
Pela nova proposta os pedidos de licenças vão tem que passar pelo aval do secretário ou pelo diretor-geral da Secretaria de Educação. Além do que, 12 mil professores que cumprem funções administrativas serão devolvidos às salas de aula, e o número de temporários será reduzido de 29 mil para 10 mil. A previsão do Sindicato é de que faltem professores nas salas de aulas. Outra medida contestadas pela categoria é que o auxílio-transporte deixa de pago durante as férias ou afastamentos, e os atestados de saúde terão de ser validados pela perícia oficial do estado, caso o “pacote” seja aprovado.