A era do pão e circo está acabando. O povo cansou de ficar sentado na praça dando milho aos pombos e se levanta em defesa dos seus direitos, a maioria assegurados na Constituição Brasileira. Protestos, paralisações, greves, puxam o fio da meada e se lançam sobre a classe trabalhadora, seja ela assalariada, desempregada ou patronal.
Numa visão mais ampla, sem qualquer direcionamento ideológico, entendo como trabalhador o homem que produz, independente do trabalho x capital. Não é esse o mérito da questão. O fato é cada qual tem o direito de se manifestar e isso está acontecendo também em Guarapuava.
Há cerca de 13 dias, por exemplo, a cidade entrou para a história do movimento sindical ao sediar o maior movimento popular da sua história que foi a assembleia chamada pela App-Sindicato. Inicialmente eram mais de oito mil e no cômputo final, ultrajou mais de 10 mil professores e servidores do magistério nas ruas. Uma verdadeiro lição de mobilização sindical que se estendeu pelo Paraná e que teve o seu ápice no Centro Cívico em Curitiba, com a ocupação da Assembleia Legislativa do Paraná.
No vácuo dessa mobilização outros embriões foram gerados e outras categorias soltam a voz de revolta e também saem em defesa dos seus direitos. Na segunda feira (23), a classe empresarial também se reúne e a intenção é organizar um protesto e se somar a outros para no dia 15 de março pedir o impeachment da Presidenta Dilma. Em Curitiba, manifestantes se adiantam e foram às ruas neste sábado (21) pedindo o impeachment do governador Beto Richa. um grito que fez eco em cartazes levados por professores universitários e acadêmicos pelas ruas centrais de Guarapuava. O motivo é a possibilidade de fechamento da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).
A alta da tarifa do transporte coletivo urbano, a alta dos combust'veis, da tarifa do pedágio, o "Petrolão", a operação "Lava Jato", o "desmonte" da educação, o "tratoraço", a agonia das universidades paranaenses, a inflação que teima em dar os ares da graça, e tudo mais que ainda pode vir, se transformam em pesadelo que assombram a população como um todo. Ninguém mais sabe o que está acontecendo e tudo isso provoca uma inanição generalizada. Uma situação nociva que envolve o município, o estado, a nação.
Mas como se percebe, tudo, mas tudo mesmo, tem limite. Nem que para esse despertar seja preciso pisar no calo de cada um.