Cristina Esteche
A paralisação dos caminhoneiros que já atinge mais de 10 estados brasileiros começa a preocupar postos de combustíveis, inclusive em Guarapuava. O gerente de um dos postos localizados no centro da cidade disse que possui suprimento para os próximos quatro dias. “Se a greve continuar pode faltar gasolina, já que apenas 20% do combustível que nos abastece é transportado por trem. E ainda tem o alcool anidro que é transportado de caminhão”, observa à Rede Sul de Notícias. O álcool anidro (sem água) é miscível com a gasolina em qualquer proporção e tem, como resultado, um combustível com ótimas características antidetonantes.
Em outro posto, porém, o gerente diz que não deve faltar combustível porque a cidade possui bases – terminais de combustíveis. Nenhum dos terminais, entretanto, pode passar informações. Em ligações realizadas nas assessorias de imprensa das bandeiras de combustíveis no Rio de Janeiro, a pauta foi repassada ao Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom).
Em nota encaminhada pela empresa de comunicação que presta serviço à entidade, o Sindicom informou que os protestos dos caminhoneiros, que ocorrem em várias regiões do país, estão causando graves problemas de suprimentos das bases de distribuição e, consequentemente, começam a prejudicar o regular abastecimento de postos, aeroportos, empresas de transporte urbano e clientes industriais.
O Sindicato informou ainda que suas associadas estão empreendendo esforços no sentido de manter seus clientes abastecidos, no entanto, já existem regiões com dificuldade de suprimento. O problema já foi comunicado às autoridades estaduais e federais, além das superintendências regionais da Polícia Rodoviária Federal, pedindo apoio na liberação/escolta para a passagem de veículos de transporte de combustíveis. Ofícios e informes também foram encaminhados para ANP, ANAC e INFRAERO.
Outra preocupação é o suprimento dos biocombustíveis, principalmente do biodiesel, tendo em vista que as principais áreas produtoras estão localizadas no interior dos estados de Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Goiás e Paraná, locais impactados fortemente pelo movimento.
O Sindicom ressalta que após o término da paralisação, o reestabelecimento da logística de suprimentos não será imediato, principalmente para o biodiesel e etanol, já que o suprimento na cadeia de distribuição levará algum tempo para atingir a normalidade.