22/08/2023

Guarapuava pode mudar

Há muito tempo ouço dizer, e escrevo, que Guarapuava mudou, ou está mudando. Mas questiono essa condição, não pelas mudanças visuais ou estruturais que estejam acontecendo, mas pela prática que ora se apresenta. Ou melhor, se repete. Me refiro à falta de mobilização, e me perdoe a classe empresarial, se eu estiver equivocada.

Culturalmente, o que costuma fazer é repassar toda a responsabilidade à classe política. Pelo sim, muito pouco; pelo não, na maioria das vezes.

Na contramão, tomo como exemplo a mobilização da classe política e empresarial de Laranjeiras do Sul e deprefeitos que compõem a Cantuquiriguaçu, composta por 21 municípios e, que no meu entendimento, é uma das mais fortes politicamente falando, ou melhor, me referindo.

No começo de fevereiro deste ano os deputados guarapuavanos Artagão Junior e Bernardo Carli somaram forças e apresentaram projeto que cria a Região Metropolitana de Guarapuava. Tinha dito que foi a segunda tentativa, já que o ex-deputado Fernando Filho, tinha entrado com proposta semelhante, mas fui corrigida. O ex-deputado Cesar Silvestir também já tinha proposto essa criação. O fato é que nenhuma das tentativas foi consolidada e o mesmo poder acontecer com a terceira.

Em defesa da sua região, a Cantuquiriguaçu, a Associação Comercial e Empresarial de Laranjeiras do Sul (ACILS) e a Cantuquiriguaçu se levantam e pedem o arquivamento do projeto de lei. Eles querem a criação da Região Metropolitana da Cantuquiriguaçu, com sede na “Grande Laranjeiras” como já tratam o município sede.

Entretanto, não tenho conhecimento de nenhuma ação de entidades da chamada sociedade civil organizada de Guarapuava pela defesa da manutenção do projeto  que tramita na Assembleia. Assim como, não vimos também nenhuma atitude em defesa da Unicentro, a nossa Universidade, que até essa terça feira (24) agonizava.

Cobranças e reclamações em rodas de bate papo de nada adiantam. A hora é de somar forças, oferecer parceria, colocar a “mão na massa”, “ir à luta”, ou qualquer outro chavão nesse sentido, desde que seja feito.

Pois, se atual cultura prevalecer, não vai demorar muito para sermos “engolidos” por municípios que foram distritos de Guarapuava. E aí, a “Grande Guarapuava” vai realmente mudar, mas para se tornar menor.

Cristina Esteche

Jornalista

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