Sempre torci para que tudo desse certo ao Hospital Santa Tereza – é assim que prefiro chamá-lo – deixasse de sofrer. Digo isso, porque quem faz qualquer instituição, órgão, empresa ou entidade, são as pessoas.
Quando soube que o processo de filantropia foi concedido e que a Associação Frederico Keche Virmond, entidade criada para resolver o problema financeiro enfrentado pelo hospital, se tornou beneficente, vibrei com alegria. O meu primeiro pensamento foi dirigido à minha irmã, Mariângela. Eu já vi pessoas defenderem o local onde trabalham, mas como ela, nenhuma. Foram incontáveis as vezes que ouvimos – eu, minha mãe e quem mais compartilhasse dos nossos almoços – as lamúrias, a preocupação com os pacientes, com os médicos, com o hospital. Chegava ao cúmulo de parar pessoas para pedir que ajudassem o hospital. Citar aqui tudo o que ela fez pelo Santa Tereza é inviável, mas ela fez. E são profissionais como ela que precisam ser olhados de forma diferenciada, valorizados, porque fazem a diferença. No caso da Mariângela, são mais de 16 anos de dedicação, trabalho, preocupação. E assim como ela, há muitos.
Mas já que estou falando da minha irmã, uma profissional comprometida com o ser humano, daquela que divide a sua crença espiritual para amenizar o sofrimento do próximo, não posso deixar de criticar profissionais inseguros que muitas vezes a massacraram para punir terceiros. Ou melhor, tentaram, mas a sua força, a sua garra, a sua fé, lhe deram ânimo para que superasse esses e quaisquer outros obstáculos que possam surgir à sua frente.
Os problemas que surgem no nosso caminho, acima de qualquer coisa, nos testam, mas acredito na força da ação e reação. E é nesse contexto que assim como Santa Tereza salvou milhares de vidas ao longo da sua existência, agora ele também está salvo. Foram funcionários, diretores, voluntários como o José Artur Gomes – ele vai “matar” por isso – , lideranças políticas, que se deram as mãos, uniram forças para tirar o nosso Santa Tereza da UTI. Digo “nosso” porque a minha família possui um relacionamento estreito com o hospital. Afinal, qual guarapuavano que não teve alguém da família atendido, de alguma forma, pelo hospital?