Cristina Esteche
O equacionamento do problema financeiro do Hospital Santa Tereza (Associação Frederico Keche Virmond) começa acontecer com a conversão em entidade filantrópica. Esse status permite a assinatura de convênios para repasses de recursos municipais, estaduais, federais; realização de eventos; redução da carga tributária, entre outros benefícios. Porém, o maior desafio vai começar agora, a partir da escolha do provedor, ou seja, a capacidade de uma gestão eficiente que mantenha o bom relacionamento com entes e lideranças políticas. Além de recursos para aparelhar o hospital, serão necessárias reformas, auxílios para custeio, ampliações. O comportamento interno da equipe também vai influenciar no cenário a partir de agora, para que o hospital não venha mais ser ameaçado de fechar as portas.
De acordo com informações de diretores, os problemas financeiros do Santa Tereza começaram já na sua criação. “A construção começou na época de inflação alta e foi preciso contrair financiamento para a construção, para continuar e para acabar a obra”. O médico Frederico Keche Virmond, o patriarca, vendeu imóvel rural com mil alqueires de campo para aquecer o caixa e concluir a construção.
Entretanto, o gargalo financeiro está na tabela do Serviço Único de Saúde (SUS). “Quando o hospital se credenciou a tabela do SUS era ótima. Mas desde 1998 não tem correção. O salário aumentou, os valor dos insumos também e para manter o atendimento a diretoria deixou de pagar impostos. O hospital deveria ter saído do SUS quando a tabela começou a ficar deficitária”.
Para enfrentar a situação os proprietários venderam o patrimônio da família, fundaram a Associação Frederico Keche Virmond, entidade paralela ao Hospital Santa Tereza. É essa entidade que possui a filantropia, ou seja, a saída para que o hospital sobreviva e continue atendendo pacientes do SUS. Hoje 65% dos atendimentos são para usuários do Serviço Único de Saúde.