22/08/2023

Crítica é direito, respeito obrigação

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 Estamos vivendo um momento de manifestações e posicionamentos políticos diferentes em todo Brasil e como cidadão acredito que todos os movimentos são muito importantes para o processo democrático e, portanto válidos.
 
Tanto a mobilização de sexta-feira quanto a de domingo estão inseridas no processo de liberdade de expressão, que eu, como brasileiro, paranaense e parlamentar considero em alto grau. O posicionamento em favor disso ou contrário àquilo sem dúvida é importante para o amadurecimento político dos cidadãos.
 
Mas é preciso ter limites. Em voga está um discurso de ódio. Todas as manifestações pacíficas e respeitosas são muito bem-vindas. Eu mesmo enquanto estudante, secretário e prefeito já critiquei e, por outro lado, recebi também críticas, que devem ser absolvidas e transformadas em motivação para melhorar.
 
Vou além. Entendo que é preciso provocar a crítica. Quando fui prefeito de Cruzeiro do Oeste, no Paraná, implantei o orçamento participativo. Duas ou três vezes por semana ia, após o expediente, até os bairros de Cruzeiro do Oeste buscando justamente a crítica, o contraditório. Participei de mais de 500 audiências públicas e assembleias ao longo dos meus dois mandatos.
 
Agora, como deputado federal reeleito pelos paranaenses com mais de 155 mil votos, tenho visitado, durante os fins de semana, cidades do meu estado para ouvir as pessoas. É uma média de 150 municípios por ano.
 
As manifestações que ocorreram há pouco devem ser enaltecidas, mas é preciso que a crítica seja fundamentada e não generalista. A grande mídia tem disseminado um discurso que desconstrói a credibilidade da política, no entanto, acredito que os bons políticos não podem ser punidos por erros de maus políticos.
 
Todos nós que ocupamos cargos públicos temos de ouvir a voz das ruas, não só a presidenta Dilma. Temos de compreender o clamor popular e apresentar resultados, respostas efetivas. Contudo, muitas dessas, ao contrário do que apresenta a grande imprensa, já existem.
 
Os benefícios estão aí: programas como o Minha Casa Minha Vida, ProUni, PAC e Bolsa Família, além e geração de emprego e renda, que melhoraram a vida de milhões de brasileiros e brasileiras. Esses fatos evidenciam que existe há mais de uma década uma nova política.
 
Nosso dever é promover e ampliar essas conquistas. Para isso é preciso ainda haver mudanças na política como o fim do financiamento privado das campanhas, que mantém a relação promíscua entre empresas e partidos estimulando a corrupção. Também se faz necessário tratar da democratização da mídia, para que mais lados sejam ouvidos, divulgados e para que o discurso de ódio dê lugar ao debate de ideias.
 
Toda a manifestação que prega tentativas de golpe à democracia, conquistada a sangue e luta de muita gente, não representa de fato as insatisfações dos brasileiros. Precisamos respeitar o voto, respeitar o resultado do processo eleitoral e respeitar a constituição.
 
É notória a diferença da cobertura da mídia sobre as duas manifestações. Uma foi veiculada com números de cunho duvidoso, deslegitimando o movimento. Já outra, a de domingo, foi amplamente divulgada pela imprensa, prova de que muitos pretendem disseminar o ódio entre os brasileiros e brasileiras.
 
Contudo, precisamos ir além. Com fé, coragem, paciência, respeito, muito trabalho e resultados que melhorem a qualidade de vida em nosso país, vamos à luta e em frente.
 
(*) Zeca Dirceu é deputado federal pelo PT

Cristina Esteche

Jornalista

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