Cristina Esteche, com foto de Roberto Custódio
O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) disse que não existe mais mediação com o grupo de assentados que bloqueiam a PR 170, entre o distrito de Entre Rios e Guarapuava, nesta sexta feira (27).
Nas próximas horas a Polícia Federal, a pedido do Incra, deve desobstruir a rodovia, mesmo diante da possível reação dos manifestantes. “Não temos mais conversa com esse grupo e esse movimento é uma represália ao ato que tivemos ontem [quinta feira]”, disse o superintendente do Incra no Paraná, Nilton Bezerra Guedes. Segundo ele, o bloqueio na PR 170 é uma reação ao mandado de prisão contra um assentado, por corte ilegal de madeira, no Assentamento Nova Geração. “Na quarta feira recebemos uma denúncia desse corte ilegal e ontem [quinta feira] um funcionário nosso e a Polícia Federal foram até o assentamento para prender essa pessoa, mas o homem fugiu”.
Segundo Bezerra, existe uma negociação antiga entre o Incra e um grupo de assentados que ficaram de fora da distribuição de áreas. “Temos ali 31 famílias e 200 hectares de área, porém, um grupo de sete agricultores ficaram com parte da área de reflorestamento de pinus”. De acordo com o superintendente do órgão, para solucionar esse impasse que impede esse grupo de produzir, existe um planejamento acordado entre as duas partes e lavrado em ata.
“Em abril o Incra vai licitar e fazer o levantamento de quantos metros cúbicos de madeira precisam ser retirados. Entre maio e junho esse relatório estará concluído para até julho licitar a venda dessa madeira e até agosto a area vai estar liberada para as sete famílias. Eles [assentados] já sabem disso. Não existe mágica”.
De acordo com o superintendente, o Incra vai pedir ainda nesta sexta feira que a Polícia Federal elabore um plano para a desobstrução da rodovia. “Não tem mais mediação com esse grupo. O que está acontecendo é uma retaliação porque estamos combatendo o que é ilegal, que é o corte de madeira”.