22/08/2023

Para nossa sobrevivência, vamos descartar e substituir

Diante do caos político e da sensação de que para melhorar, ainda vai piorar mais, cresce o número de cidadãos que decidiram aplicar a estratégia do ‘faça você mesmo’ e ‘assuma a responsabilidade diante do mundo’. Do contrário, ficaremos andando em círculos ou caminhando sem lenço e sem documento, tal qual o personagem O contador de Histórias (Forrest Gump) de Tom Hanks.

Muitos decidiram, cada um a seu modo, não nos tornarmos indivíduos à revelia. Quando  o assunto é  política e  poder, a decisão tomada por milhões de brasileiros é que devemos mudar radicalmente o campo de referências.  Estamos avançando neste empreendimento.

Todavia, me parece que não será as redes sociais que nos tirará desta fase suicida, até porque elas funcionam como uma nova política que inclui, mas que também exclui e, muitas vezes, de forma autoritária. É preciso ir além e todos os dias perguntar a si mesmo: o que fazer?  Devo observar nosso País, nosso Estado e nossa cidade morrerem lentamente ou criar novas alternativas que irão durar mais tempo, com novas referências?

Todos os que hoje ocupam cargos públicos correm o risco de serem atropelados. Alguns, acostumados à cultura da improbidade e do parasitismo da sociedade, acabam cortando o próprio galho que estão empoleirados. Muitos estão caindo e muitos ainda vão cair. Poucos sobreviverão e ao sobreviverem serão fundamentais para o início de um projeto de renovação onde temos boas chances de recriar uma digna classe política.

É bem verdade que se a situação chegou aonde chegou é porque temos uma grande responsabilidade. Parto  do pressuposto de que grande parte da ruína foi produzida por nossas próprias mãos.  Foi Bauman quem escreveu que: “Nós fizemos fila e disputamos o ingresso nos esquadrões de demolição. Somos todos cúmplices nesse feito, mesmo aqueles poucos de nós que sentiam vontade de protestar e nunca reuniram coragem e determinação suficientes para evitar o pior”.

Em busca das causas mais profundas, do jeito que está, ou seja, com o domínio de petistas e integrantes do PMDB e mais alguns na defensiva e participação dos tucanos e mais alguns na ofensiva, só aumenta a sensação de que tudo isto faz parte de nosso ‘grande erro’ e que a cada dia estes representantes exibem ‘uma grande mentira’.

O momento exige velocidade, sob pena de nossa vitória ser pior que a vitória de Pirro, ou seja, de prejuízos irreparáveis. Assim, precisamos com urgência exercer o impulso de ‘descartar’ e ‘substituir’ homens públicos que degradam nosso maior patrimônio: a integridade de cada um e a casa de todos.

Estamos fazendo, mas ainda é pouco. Precisamos de um ‘esforçar-se ainda mais’.  Sei que, diante da realidade nua e crua e do atual estágio de enfermidade de nosso País, só é possível fazer o possível.  Mesmo assim, para nos livrarmos da tirania do momento, pensando em adquirir e acumular novos momentos na política, urge considerar a máxima de Martin Luther King: “nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez conscienciosa”.

 

Cristina Esteche

Jornalista

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