22/08/2023

A era do aprendizado

Querendo ser cirúrgico, preciso ser objetivo e compartilhar ao leitor  uma questão que diuturnamente me pergunto e pergunto aos meus pares mais próximos do debate político: como superar a crise ?

Querendo  ser razoável e esforçando-me no uso  da razão, a resposta para esta pergunta está em “punir exemplarmente os culpados pela corrupção na Petrobrás” e “avançar responsavelmente em um  consenso razoável sobre o ajuste econômico”.  Tudo indica que  a sociedade brasileira sinalizou claramente nas  últimas manifestações que está amadurecida (não usou violência) e passa  a exigir o que escrevi acima, acrescido da justa reivindicação de  uma reforma política clara e eficaz. Assim, concordo em número, gênero e grau com Francisco de Oliveira quando diz que “a crise não é mortal”. Quando Gramsci, citando o Velho Marx escreveu que não há problemas  cuja solução não existam condições, estava sendo cirúrgico, objetivo e otimista. O racionamento de água e energia, o aumento do preço do combustível, o risco da perda de alguns direitos e a inflação a galope, dentre outros problemas humanos, evidenciam que a grave crise em que estamos mergulhados não é de caráter científico ou técnico, mas de caráter ético-político.

Portanto, o recado para os atuais governantes é: “não subestimem nossa inteligência”, pois algumas verdades não podem ser alteradas. Primeiro,  o PT e alguns outros partidos da base aliada transformaram propinas em doações legais. Segundo, é impossível que só o Tesoureiro do PT estivesse envolvido, pois como afirmou Gabeira: “… é difícil passar a ideia de que tudo foi culpa de um só homem”. Terceiro, nossa Presidente não parece estar preparada para tirar-nos desta crise e sua dependência a um homem ( Lula ) e a um Partido ( PMDB ) cresce dia após dia. Quarto, as manifestações são importantes, mas nem sempre eficazes. Quinto, não temos um sistema político, mas sim um sistema de personalidades e isto é gravíssimo. Sexto. O atual governo sobrevive e, ao que parece, vai sobreviver por conta da implantação de suas políticas sociais. Sétimo, a oposição não tem credibilidade.

É incrível como em nosso País, nosso Estado e nossa Cidade, os homens estejam sempre se dividindo antes de tentar reunir-se mais uma vez e encontrar uma solução que seja boa para a maioria. No cenário nacional o que o PMDB faz é desumano e a conta, cedo ou tarde,  virá. O comportamento dos dirigentes do PMDB está longe da propaganda política exibida recentemente  em rede nacional onde se afirmava: “… estamos do lado do Brasil”. Hoje, mais que nunca, sabe-se que nem PT, nem PSDB e muito menos o PMDB estão do lado do Brasil.

O momento exige velocidade, vanguardismo e criatividade. Em suma, está difícil tirar o gênio da garrafa. Não precisamos de heróis, mas sim de uma ruptura que nos permita recuperar a natureza das coisas e prosseguir com dignidade. Apropriando-me aqui da fenomenologia, diria que precisamos retornar à essência  e à pureza de tudo o que se diz em Política, Governo e Estado com a máxima: “de volta às coisas mesmas”.  Precisamos de mais verdades, afinal a verdade em política é alcançada por líderes que geram ações e alcançam resultados, de forma duradoura e estável. No meio político, temos tudo, exceto a verdade.

De tudo isto, temos que ter a capacidade de aprender com consciência para que finquemos uma nova era em nosso País, a era do aprendizado. 

Cristina Esteche

Jornalista

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