22/08/2023
Saúde

A humanização em um Ambulatório

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Lizi Dalenogari, da Redação

Somente quem sofre com feridas abertas, infeccionadas, e na maioria das vezes aparentemente incuráveis sabe avaliar a dor, o constrangimento e em muitas ocasiões a discriminação. São pacientes que já tentaram de tudo, passaram por tudo e que hoje recebem em Guarapuava um atendimento humanizado, eficaz, e que se tornou referência em atendimento e bons resultados para todo o Paraná.

Prestes a completar um ano da inauguração, o Ambulatório de Curativos Especiais é um verdadeiro presente para seus pacientes. A equipe é composta por quatro profissionais, sob a coordenação da enfermeira Rosângela Cristina Rech. São elas: Risolete Stalen Pruchniak, enfermeira do município desde 1996 e há mais de 20 anos dedicada aos curativos, Daniele Andrade, técnica de enfermagem e Vanessa Caetano de Oliveira, estagiária. Em um ambiente que de nada lembra um ambulatório, já que não há resquício algum de tristeza e sofrimento, esta equipe tem conseguido elevar a auto-estima de seus pacientes e comprovadamente, acelerar o processo de cura.

Vera Lúcia Kampfff Leite, de 55 anos, é moradora do bairro dos Estados, e está há mais de um mês em tratamento no ambulatório. Seu caminho foi longo até chegar aos cuidados da equipe. “Procurei recurso em tudo quanto é canto. Com problemas sérios de varizes, estava sofrendo há mais de dois anos. Eu asseguro, não existe lugar nenhum como este. É uma limpeza, uma arrumação, um cuidado com a gente. Elas são nossas mães, amigas, confidentes, irmãs, verdadeiros anjos em nossas vidas. Prá pagar, só Deus”, enfatiza. Vera fez questão de escrever um bilhete onde agradece a equipe pela força, amizade e doação de cada uma.

São pacientes que sofreram queimaduras de diferentes graus, traumas por esmagamento, úlceras, que geraram feridas de todos os aspectos e gravidade. Para esta equipe não existe tempo ruim, só o desejo de acalentar a dor. “Fazemos um atendimento de demanda direta. O paciente chegou, vai ser atendido. Vamos avaliá-lo e se não conseguirmos atendê-lo de imediato devido a demanda, certamente ele sairá daqui com o atendimento marcado”, garante Rosângela. 

Outro diferencial é que o paciente pode se deslocar diretamente ao ambulatório sem precisar de encaminhamento médico. “Ele chega aqui e já pedimos que faça um exame de laboratório (cultura e entibiograma) para avaliar se há infecção e o tipo de bactéria, chamado de controle de patogenos existentes, e a partir daí, da avaliação deste resultado, damos início ao tratamento”, conta a enfermeira responsável.

No momento estão em tratamento 86 pacientes. Contabilizados, já são mais de 200 pessoas beneficiadas com o tratamento humanizado desta equipe, que com um sorriso no rosto, uma maneira única de cuidar do físico e do emocional de cada paciente, tem feito a diferença no atendimento ambulatorial da cidade e da região.

Bilhete da paciente Vera à equipe do ambulatório

Cristina Esteche

Jornalista

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