A carência do guarapuavano e o novo ídolo

É incrível como as pessoas se apossam da vida do seu ídolo. Constatei isso durante o assédio ao campeão Cezar Lima, durante a sua passagem na Praça 9 de Dezembro, nesta semana, para “ficar junto com o povo”. O encontrei por acaso quando saia da massagem e quis entrevistá-lo. Não o conhecia pessoalmente, embora tenha sido candidato a vereador nas últimas eleições municipais, afinal, a área da política é a “minha praia”. Ao chegar na praça me deparei com fãs alucinadas num empurra-empurra sem fim, na disputa por uma selfie com o ídolo. Mães e pais se “aproveitavam” da presença dos filhos no colo para se aproximarem e quando conseguiam eram os primeiros a posar para a foto. Foi nesse “sai daqui”e “chega pra lá” que praticamente fui conduzida até perto dele e tive a aproximação franqueda por um dos seguranças.

Cezar Lima é realmente uma pessoa simples, carismática, daquelas que sabe onde quer chegar e quais são os meios para atingir o seu objetivo. Tem a resposta certa na ponta da língua. E ainda por cima conta com a assessoria do povo que o assedia. Muitas perguntas que fiz eram respondidas antes pelas pessoas. Ele apenas sorria e posava para as fotos, sem deixar de atender os pedidos de autógrafos.

Quando terminei a conversa com o campeão do BBB a assediada fui eu. Aqueles que não conseguiram chegar perto do ídolo queriam saber tudo o que ele falou, queriam saber dos seus planos pessoais, profissionais e, principalmente, politicos. Ex-vereadores e pré candidatos que lá estavam esperavam a definição de qual partido Cezar Lima escolheria – ele já está no PV – para mudarem a filiação. Ouvi também pessoas preocupadas com o dinheiro – R$ 1,5 milhão que ganhou como prêmio – e naquele momento se transformaram em experts de economia.

A preocupação é que ele multiplique o que ganhou e não perca na política. Percebi que as pessoas o tratam como igual, como se fossem cada uma delas, numa transferência ou projeção do que gostariam de terem sido. E Cezar Lima sabe muito bem disso. Ele fala exatamente o que o povo quer ouvir. Se ele sempre foi assim e não tinha tido a oportunidade de popularizar as suas ideias, ou se aprendeu ao tornar-se celebridade, não sei. O que sei é que o guarapuavano agora possui um ídolo e vão acompanhá-lo por onde ele for. O que sei é que Cezar Lima, ao contrário da prática atual, não abandona quem o ajudou a chegar lá. Fez questão de estar na praça, de ir até a faculdade onde estudava, de rever amigos, de se fazer presente. Valorizou, prestigiou, reconheceu e isso faz a diferença.