Da Redação, com assessoria
Reunidos no Guabiroba, no último final de semana (19), um grupo de 20 pessoas fez uma experiência inédita com a construção de uma estrutura geodésica promovida pelo Laboratório de Ideias (LAB), da Prefeitura de Guarapuava. A técnica milenar que consiste em construir um globo terrestre foi ministrada voluntariamente pelos artistas Alex Kua e Soslaio. “Inicialmente formamos um hexágono e depois estruturamos a geodésica com outras formas como pentágonos e triângulo. A sustentação se dá por cordas, não utilizamos nenhum instrumento de metal”, explica Soslaio.O encontro envolveu biólogos, estudantes, geógrafos, professores e artesãos.
Juntos, os oficineiros trabalharam com cálculos, cortaram bambus, cordas, amarraram, levantaram e apoiaram a estrutura. O professor de matemática e estudante de Engenharia Civil, Gerson Sydor, 37 anos, mora em Reserva do Iguaçu e já trabalha com o uso do bambu para fazer desde artesanatos à móveis. “Nunca havia feito uma geodésica e durante a vivência pude aprender sobre a estabilidade. Vi que a partir da tensão gravitacional, as estruturas com formato de desenhos geométricos criam linhas transversais e assim se sustentam”, relata.
O bambu foi utilizado por ser um material sustentável e abundante. O artista Alex Kua, que cedeu o espaço para realizar a vivência, faz uma avaliação do projeto. “A prática sustentável traz para as pessoas, além de tudo, um resgate cultural, pois as estruturas em bambu, e até mesmo a bioconstrução, foram e estão sendo utilizadas há muito tempo. São duráveis, de baixo custo, não agridem o planeta e podem ser totalmente reaproveitada".
A sustentabilidade ambiental tem o compromisso de demonstrar às pessoas que elas podem desenvolver suas ideias de construção sem agredir o meio ambiente. O artista Soslaio completa apontando que já construiu geodésicas em parques pela cidade de Curitiba. “Esta estrutura é simples, e mesmo sem janelas, são aconchegantes. Além disso, podem ser usadas para a construção de estufas, brinquedos, estádios, rodoviárias, etc. É uma forma realmente bonita e que serve para unir pessoas", disse. Paralelamente, os participantes também puderam aprender a fazer flautas com bambu.