22/08/2023

Mera coincidência

O Caixa Zero, blog veiculado na Gazeta do Povo, traz à tona nesta sexta feira (24) uma carta assinada por Abib Miguel, o Bibinho, aquele que protagoniza o maior escândalo de corrupção já investigado na história do Paraná. Pesa sobre ele, além da prisão, um desvio que pode chegar a R$ 200 milhões, segundo o Ministério Público. Dinheiro público, dos cofres da Assembleia Legislativa do Paraná, onde Bibinho foi diretor geral por mais de três décadas. Nesse periodo ele acompanhou a atuação de todas as mesas executivas e hoje “paga” pelo que cometeu. Porém, uma carta deixa deputados com as “orelhas em pé”. Endereçada ao amigo Luiz Carlos Martins, que a tornou pública nessa quarta feira (23), a carta delata que Bibinho está sofrendo por situação financeira difícil, sem dinheiro para pagar advogados e para o tratamento de saúde da sua esposa. Mas o que pode ser pior é que Bibinho teria pedido que a carta fosse mostrada para deputados que fizeram parte da mesa executiva  nos últimos anos. Pode ser um aviso velado ou um pedido de socorro.

Em Guarapuava, um ex-presidente da Câmara de Vereadores passa por situação semelhante. Admir Strechar está condenado e preso. Hoje divide cela na Penitenciária Industrial de Guarapuava, a PIG. Por enquanto, não se tem notícias de que tenha delatado alguém, mas alguns vereadores foram investigados pelo Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco, num dos maiores escândalos no cenário politico de Guarapuava. A Operação Fantasma, aquela que investigou o “racha” de salários entre alguns vereadores e seus assessores, ainda paira como uma guilhotina sobre a cabeça de alguns. E se um dia Strechar se cansar do sobre peso e resolver dividir o fardo? Está aí uma situação que a opinião pública apostou que aconteceria, mas que ainda não aconteceu. Entretanto, o fantasma assombra quem tem culpa no cartório.

Cristina Esteche

Jornalista

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