22/08/2023
Segurança

Gaeco desmantela operação criminosa e prende líderes do tráfico em Guarapuava

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Guarapuava – O Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), núcleo regional de Guarapuava cumpriu 7 mandados de busca e apreensão desencadeada na vila São Miguel no bairro Santana.
Traficantes foram presos, entre eles o líder do tráfico no bairro, Amauri Rupel, conhecido da polícia, pois vários integrantes de sua família, irmãos e sobrinhos, já foram presos e condenados pela Justiça por tráfico de drogas.
“A operação realizada ontem, dia 30, busca trazer a paz as famílias que moram no bairro São Miguel. Eram constantes as ligações de moradores, preocupados com os traficantes que dominavam a região, obrigados a suportarem as mazelas do tráfico, coagidas a ficarem caladas sob temor”, relatou o delegado do Gaeco e coordenador da Operação, Ítalo Biancardi Neto.
Alguns integrantes do grupo não foram encontrados em suas residências, e passaram a ser considerados foragidos.
Foram apreendidos também celulares, computadores, CDs e documentos. “Quando nossos agentes terminarem a análise de todo o material apreendido, novas prisões poderão acontecer”, comentou o chefe de operações do GAECO Marcelo Veigantes.
Amauri Rupel mantinha uma “borracharia de fachada”. Ele é proprietário de uma residência de alta qualidade para os padrões do bairro, onde reside com sua família.
A casa, segundo o Gaeco, é mobiliada com móveis de primeira linha e confeccionados sob medida e possui equipamentos de última geração como computadores, televisores, geladeiras, máquina de lavar roupas, entre outros.
Amauri alegou que seu único provento vinha da borracharia, com o qual ele pagava, água, luz, telefone, Internet, TV a cabo, combustíveis para os veículos, alimentação e outras despesas, tudo isso com um faturamento mensal apurado pelos agentes em cerca de R$ 800,00.
Os integrantes do grupo criminoso organizado mantinham o controle do tráfico no Bairro São Miguel, assim como agiam integrados com ladrões usuários, os quais furtavam e roubam em residências e roubos para comprar drogas.
Os viciados, segundo a polícia estava, associados aos traficantes presos há vários anos.
Em três locais usados como “mocó” (esconderijo) de objetos furtados, foram apreendidos inúmeros bens que já totalizaram 13 vítimas de furto em residências. Para praticar furtos e roubos eram utilizados dois veículos: Santana bordô e um Santana branco.
A polícia prendeu também outro líder da quadrilha. José Laércio de Almeida, o “Nego”, condenado por tráfico de drogas, que cumpria pena em regime aberto. Ele possui um empresa de fachada, fazendo a compra de carros em leilões para comercialização com a intenção de fazer a lavagem de dinheiro. Ele tinha sob seu comando vários adolescentes que entregavam a droga vendida.
Outro traficante flagrado pelo Gaeco foi Divonei Staciak, conhecido como Nei. Ele comandava o tráfico no Bairro Xarquinho junto com Galizé e Buda. Os três movimentavam uma conta bancária “laranja” no valor de R$ 400 mil com conexão com traficantes de Ponta Porã (MS).
O grupo preso e outros integrantes que se encontram foragidos, já eram investigados por pertencerem a uma organização desde 2005.
Durante vários anos, conforme ocorria a prisão de alguns integrantes havia a substituição por outras pessoas, continuando os furtos e as receptações. Tudo era comandado por Amauri Rupel e por José Laercio de Almeida, entre outros envolvidos que se encontram foragidos.
Amauri Rupel também obtinha as informações privilegiadas sobre os diversos crimes ocorridos na cidade, possuindo poder e autoridade sobre os demais integrantes do grupo.
O vínculo entre os usuários ladrões com os traficantes presos e outros que se encontram foragidos da polícia, também ficaram demonstrados através de prisão anterior ocorrida contra traficantes do Bairro Concórdia,quando foram flagrados torturando usuários de drogas.
Nessa ocasião a polícia apreendeu diversos eletro-eletrônicos, televisores, aparelhos de som, centrifugas, rádios automotivos, computadores, celulares, diversas jóias, R$ 5.500,00 em dinheiro, três automóveis e duas motocicletas, sendo outros bens ocultados pelo grupo criminoso.
A Operação São Miguel foi realizada pelo Ministério Público Estadualcom apoio de policiais civis e militares (Força Samurai, Choque e P2).

Cristina Esteche

Jornalista

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