22/08/2023
Segurança

Queda de braço com militares vai decidir permanência de Francischini

* Da Redação

Uma queda de braço entre o alto comando da Policia Militar e o secretário de Segurança Francisco Francischini será fundamental para a decisão sobre a permanência do secretário no cargo.

Nessa terça feira (06) o caso teve várias reviravoltas. No início da manhã, Francischini era dado como demitido. Logo após o almoço, após uma reunião com o governador, foi confirmado no cargo. À tarde, sua demissão voltou a ser cogitada, principalmente depois da divulgação de documentos assinados pela cúpula da Polícia Militar (PM) contra o secretário.

Na reunião com o governador, pela manhã, Francischini teria feito um apelo emocionado para permanecer no cargo. Segundo fontes próximas ao governo, ele afirmou que uma exoneração a essa altura significaria um baque muito grande para sua carreira política. Richa teria cedido aos apelos e dito a Francischini que ele permaneceria no posto.

Mas logo depois, a situação mudou. Primeiro, veio à tona uma carta escrita pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel César Kogut, direcionada ao governador. Assinada por 16 dos 19 coronéis da PM, a carta dizia repudiar as declarações de Francischini em que ele atribuiu à polícia toda a responsabilidade pelo confronto do dia 29 com professores da rede estadual. Segundo a carta, o secretário aprovou o plano de ação e “foi alertado inúmeras vezes” da possibilidade de haver feridos. Depois, uma “nota de desagravo” assinada igualmente por Kogut dizia que “todas as ações eram de conhecimento de Francischini” que, inclusive, teria dado ordens diretas ao subcomandante da tropa.

Em uma terceira manifestação da PM, a Associação dos Oficiais Policiais e Bombeiros do Paraná (Assofepar) afirmou que a corporação foi apenas um “instrumento” que cumpria ordens e que a ação poderia ser “interrompida a qualquer momento” pelas instâncias superiores.

Com as manifestações, voltaram a surgir os boatos de demissão, uma vez que a relação entre o secretário e a PM teria ficado “insustentável”.

O secretário Francischini comentou a situação apenas à noite, em nota enviada por sua assessoria. Diz que foi “mal interpretado em alguns pontos” na entrevista coletiva de segunda feira (4), na primeira vez em que se manifestou depois da “batalha” do Centro Cívico, em que mais de 200 pessoas foram feridas pela polícia. “Reafirmo meu total apoio a todas as operações da Polícia Militar, compartilhando todas as responsabilidades inerentes à Secretaria”, disse. O secretário, porém, não especificou quais afirmações suas teriam sido mal interpretadas.

FAVORÁVEIS

Mesmo com a rixa com a PM, outras entidades da segurança pública se manifestaram favoráveis à permanência de Francischini na secretaria, como o Colégio Nacional de Secretários de Segurança Pública (Conesp) e sindicatos da Polícia Civil.

Cristina Esteche

Jornalista

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