Taís Nichelle, com fotos de Ivonete Alves
Basta andar por Guarapuava para comprovar a falta de responsabilidade de muitas pessoas: são dezenas de cães e gatos abandonados por seus donos nas ruas da cidade. Em alguns pontos estratégicos, como o Aterro Municipal, que é uma área isolada e sem fiscalização, essa situação se agrava. “Nós encontramos mais de 25 cães abandonados no lixão. É terrível ver tantos animais morrendo de fome e doenças”, denuncia a administradora de agronegócios Ivonete Alves.
O cenário descrito por Ivonete é comovente: “Encontramos uma cadela que estava comendo a cabeça de outro cachorro morto para sobreviver e amamentar os filhotes. Só no momento em que eu estive no lixão, três cães morreram de cinomose”, relata ela. Nesta época do ano, a fome e as doenças não são os únicos problemas: o frio também castiga os animais.
Não é de hoje que Guarapuava se tornou um canil a céu aberto. Infelizmente, a população ainda não tem consciência da importância da castração e da posse responsável. De acordo com a administradora, as autoridades também não estão fazendo a sua parte. “A minha intenção é conseguir que a Secretaria da Saúde e do Meio Ambiente tome providências”, desabafa. Sempre que pode, Ivonete recolhe os animais da rua e (com ajuda de outros protetores), oferece tratamento e encaminha para adoção. "Infelizmente, o que nós fazemos não resolve o problema. A Prefeitura deve disponibilizar uma verba para a castração. Somente castrando esses animais o problema será resolvido", reforça ela.
Cabe lembrar que engana-se quem pensa que o abandono prejudica apenas os animais. Quando não tratados, eles podem transmitir doenças como raiva e leptospirose. É uma questão de saúde pública.
Posicionamento da Secretaria do Meio Ambiente
A RedeSul de Notícias entrou em contato com a Secretaria do Meio Ambiente, que não se pronunciou a respeito do caso.