22/08/2023


Geral

Segundo Traiano, Alep vai repassar R$ 87 milhões ao Estado

* Da Redação

A Assembléia Legislativa do Paraná vai contribuir com R$ 87 milhões como garantia para o reajuste aos servidores estaduais.

O presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano (PSDB), anunciou nessa quarta feira (27) que vai abrir mão de R$ 87 milhões do Orçamento da Casa para garantir o reajuste salarial do funcionalismo público e ajudar a colocar fim à greve dos professores estaduais. “Vamos repassar esses recursos que seriam destinados à Assembleia para permitir que seja concedido o aumento de 12% aos servidores públicos estaduais. O governo enfrenta dificuldades financeiras e vamos dar nossa contribuição, resultado da economia que estamos fazendo com os recursos públicos”, explicou Traiano, que participou pela manhã da reunião do secretariado com o governador Beto Richa e apresentou a proposta.

De acordo com a assessoria da Alep, a participação da Assembleia Legislativa nas negociações com o governo – tanto na mediação para o fim da greve, como na ajuda financeira – foi decisiva para resolver o impasse. Isso possibilitou ao Executivo enviar ao Legislativo, nesta quarta-feira, o projeto de lei que garante reajuste salarial de 12% ao funcionalismo público. “A Mesa Executiva se empenhou na busca de uma solução para o impasse em que se encontravam as negociações”, destacou Traiano. Segundo ele, ocorreram diversas reuniões com a participação da base de apoio e também com a oposição. “É hora da razão, de buscar o entendimento”, declarou. Para o presidente da Assembleia, “os filhos dos paranaenses não podem continuar sofrendo”.

“A contenção dos gastos da Assembleia possibilitou as condições financeiras necessárias para contribuir com o governo e assegurar o reajuste salarial”, explicou o primeiro-secretário, Plauto Miró (DEM). Já o líder do Governo, deputado Luiz Claudio Romanelli (PMDB), reconheceu que a proposta poderá ser criticada, mas disse que ela representa o que pode ser feito no momento diante da situação financeira do Estado.

De acordo com o projeto do Executivo, que foi lido na sessão plenária dessa quarta feira, serão concedidos 3,45% nos meses de setembro, outubro e novembro – referentes ao IPC de maio a dezembro de 2014. Além disso, o governo propôs a antecipação da data-base dos servidores de 2016 para janeiro, com aplicação integral do IPCA de 2015, hoje projetado em 8,37%.

O governador Beto Richa agradeceu o apoio e a participação da base do governo na Assembleia na discussão do reajuste dos servidores, que permitiu ao Executivo chegar à proposta que está sendo apresentada. O Legislativo vai repassar R$ 87 milhões para o Estado para reduzir o impacto do aumento nas despesas com a folha. “Chegamos a uma solução em função do esforço feito pelos deputados e pelo governo. Esperamos que todos compreendam o esforço que estamos fazendo. O índice que estamos propondo é o maior do País e está sendo possível porque a solução foi construída em conjunto”, disse Richa. A proposta segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para receber parecer e na sequência será votada pelo plenário.

CRÍTICAS

Apesar de terem participado das negociações que culminaram na elaboração da proposta de reajuste, deputados da oposição se revezaram na tribuna do Plenário na sessão dessa quarta feira (27) para criticar a proposta do Governo. Para o deputado Professor Lemos, líder da bancada do PT, a proposta “soa como um insulto. É uma provocação”, frisou. Lemos explicou que defende que seja dado ao funcionalismo o índice cheio, de 8,17%. Já o deputado Tadeu Veneri (PT), líder da Oposição, que fez um breve relato de todas as etapas de negociações que ocorreram durante a greve dos professores, disse que “parece que o Governo não quer uma solução”. “Essa proposta é pior que a anterior”, sublinhou.

Cristina Esteche

Jornalista

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